Texto de Moacir Pereira
Durante o regime militar, sacerdotes católicos esquerdistas que apoiaram a luta armada e lideraram protestos públicos ficaram conhecidos como “padres de passeata”.
A atual crise brasileira, gerada pelo populismo lulopetista, e que provocou o maior desastre econômico da história, está produzindo uma nova classe na hierarquia cristã: os “bispos de passeata”.
Partiu da CNBB semanas atrás uma contundente nota oficial contra as reformas trabalhista e previdenciária, com veemente condenação a qualquer iniciativa de modernização da legislação brasileira.
Eles, por acaso, ignoraram a realidade econômica nacional e mundial e esta jurássica legislação trabalhista? A CLT completa 74 anos, foi implantada quando o Brasil era estado pré-industrial, nem se sonhava das comunicações modernas, muito menos trabalho virtual, internet, mundo digital, etc, etc. Mas o episcopado brasileiro se insurge contra qualquer alteração na CLT.
Sobre a previdência ignora que a esmagadora maioria dos países já adotou a idade mínima de 65 anos para aposentadoria.
Vem agora o Colégio Catarinense, o mais tradicional educandário particular de Santa Catarina, comunicar aos pais dos alunos que decidiu aderir à greve desta sexta-feira. Fato inédito. Um colégio jesuíta cancelar atividade escolar para aderir a uma paralisação política, ideológica e partidária. Diz a direção que, por decisão da direção nacional e da CNBB.
Anotem e guardem: se em futuro próximo governos não pagarem mais proventos aos aposentados e pensionistas, que cobrem dos bispos.
Tristeza maior: a CNBB nunca se manifestou sobre este monumental assalto na maior corrupção da história, liderada e praticada por muitos daqueles que apoiou durante anos.
Aí, fica pesquisando porque as igrejas estão cada vez mais vazias.