Nem esfriou a votação que salvou o presidente Michel Temer da denúncia de corrupção passiva, a base aliada vive um momento de tensão por conta de cargos públicos. O alvo é o PSDB, cuja bancada se dividiu ao meio na noite de quarta-feira.
O custo do racho pode ser a entrega de até dois ministérios para o grupo do “centrão”, que já na votação pedia a entrega de cargos pelos tucanos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu nesta quinta-feira (3) que o PSDB está dividido e que a probabilidade de abandonar o governo de Michel Temer é “de meio a meio”.
“A situação é ruim, porque o PSDB está dividido. A votação de ontem mostrou isso e o PSDB não está fora desse jogo geral dos partidos. Houve perda de crença nos partidos, e isso inclui o PSDB. A essa altura, me preocupa menos o PSDB do que o conjunto da situação política brasileira. O sistema político que nós criamos, a Constituição de 1988, está esgotado”, disse o tucano em um evento no Instituto FHC, em São Paulo.
No total, 22 deputados do PSDB votaram a favor de Temer, 21 deram voto contrário e quatro se ausentaram. Atualmente, o partido detém postos em quatro ministérios: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Cidades (Bruno Araújo), Direitos Humanos (Luislinda Valois) e Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy).