O Teste Público de Segurança 2017 no sistema das urnas eletrônicas proporcionado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou falhas em três de 24 itens inspecionados no desafio proposto a um grupo de investiagadores convidados pelo tribunal.
O grupo de investigadores invadiu, nesta sexta-feira (1), o sistema na área que monitora a urna. Onde tudo é registrado dentro do equipamento. O TSE arguiu que não houve interferência no dispositivo que registra digitalmente o voto, mas foi acessado.
O coordenador de sistemas eleitorais do TSE, José de Melo Cruz, informou que não houve manipulação dos dados. Em linguagem mais técnica, foi obtida a chave de acesso ao sistema de arquivo da urna. Assim, alcançaram o log (a “caixa preta”) do equipamento. Além do registro digital dos votos. As falhas pontuais, segundo o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, foram classificadas de “vulnerabilidades” em fase de reparo. Para Cruz, as falhas foram descritas como “achados”, em uma pré-avaliação antes da conclusão final.
Em 2012, um hacker interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização das eleições, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral.
Um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça, e um delegado de polícia, Alexandre Neto, auditaram a demonstração do hacker de 19 anos, que utilizou codinome Rangel.
As ditas “vulnerabilidades” não só ocorrem na urna eleitoral eletrônica. O hacker mostrou como invadiu a intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro. A responsabilidade técnica estava a cargo da operadora Oi. Rangel alterou resultados beneficiando candidatos, ação sem ser detectada oficialmente.
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados, mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou, à época, Rangel, ao detalhar ação fraudadora.