A execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista chocaram o país. A comoção popular e a reação nas redes sociais indicam que o caso terá forte impacto durante a campanha eleitoral;
Por falar em redes sociais, a proliferação de fake news no caso Marielle reforça a percepção da gravidade do tema. Notícias falsas serão um obstáculo permanente para candidatos e partidos ao longo do ano;
O governo Temer também foi afetado diretamente pela morte da vereadora do PSOL. A comemoração de um mês da intervenção federal no Rio de Janeiro foi suspensa e o Planalto precisa, mais do que nunca, apresentar os resultados positivos da operação – algo que parece distante;
Apesar do quadro turbulento, o presidente Temer tem afirmado a seus aliados que disputará a reeleição. Os cerca de 5% de aprovação ainda não o demoveram do projeto;
Enquanto Temer insiste na tese da reeleição, outros governistas também se mexem. O ministro Henrique Meirelles fez uma proposta de pacto com o presidente – lançaria sua pré-candidatura pelo MDB e testaria sua viabilidade eleitoral até junho. Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, iniciará uma turnê pelo Brasil para apresentar seu nome ao eleitorado;
O pedetista Ciro Gomes também circulará para apresentar seu nome. No caso, ele irá para a Europa para falar de Brasil e de seu projeto de governo;
O PSDB segue cada vez mais dividido. A acachapante vitória do prefeito João Dória nas prévias do partido para o governo de São Paulo (80% dos votos dos convencionais) deverá enfraquecer a posição de Geraldo Alckmin. O governador, por sinal, ganhou o reforço de Pérsio Arida, que deverá ser o czar da economia em uma eventual gestão Alckmin;
Já o PT segue na expectativa da resolução do caso Lula. O partido teme pela iminente prisão de seu líder e, ao mesmo tempo, não se entende com relação a um plano B para a sucessão presidencial;
Enquanto isso, corre o prazo da “janela partidária“. Até 7 de abril, os parlamentares podem mudar de legenda sem sofrer qualquer tipo de sanção. O saldo final será importante para o processo eleitoral como um todo. Já a agenda legislativa ficará paralisada até a conclusão das negociações – nenhuma proposição relevante será apreciada.