Texto de Humberto Azevedo
O novo presidente da Comissão de Educação do Senado Federal, senador Dário Berger (MDB-SC), disse que o ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez, será convidado pelo colegiado para dar as explicações sobre seus conceitos e também sobre suas observações sobre os brasileiros.
Em entrevista à revista Veja, Velez afirmou que os brasileiros se comportam no exterior como canibais e que possuem o costume de roubar as “coisas dos hotéis”. Além de anunciar que a política de ensino superior será voltada para atender a formação de uma elite intelectual.
O emedebista Dário Berger avalia que os conceitos do ministro Vélez são “inaceitáveis” e “incompatíveis” para com o país.
“A minha relação [com o ministro] vai ser eminentemente institucional. Quem fala o que quer, pode ouvir o que não quer. De maneira que ele será convidado elegantemente para que possa expor a comissão o planejamento que tem e, evidentemente, vai ter que dar explicações sobre alguns conceitos que ele defende e que na minha opinião, preliminar, são completamente inaceitáveis e incompatíveis com a realidade moderna de um país como o Brasil”, declarou.
“Vamos cobrar algumas, ou muitas, explicações especificamente da entrevista que ele deu à Veja que realmente é bastante controversa, merece uma reflexão e eu acho que um ministro que tem este espírito radical de dizer o que pensa, ele, possa se transformar numa realidade para os brasileiros, é uma coisa muito complicada”, complementou.
“E a educação não deve passar por estes percalços de gente despreparada no sentido de não reconhecer as desigualdades, as diferenças sociais, a pluralidade de pensamento e, enfim, que possa vir contra [a visão] com o Brasil que nós queremos construir”, completou.
Ele afirma que sua gestão à frente do colegiado responsável pelas políticas públicas educacionais terá como missão “corrigir e avançar com equilíbrio e serenidade” para garantir “uma nova política educacional” do Brasil.
“Quanto mais instruído for o nosso cidadão, melhor a perspectiva de nós construirmos uma grande nação. De maneira que os temas [que vamos tratar] são inúmeros, extremamente relevantes, e passam pela valorização do professor, pela qualidade do ensino, por uma reflexão de quem nós somos, o que nós queremos e como nós faremos de maneira inovadora, criativa”, apontou.
“Porque conceitos que eram consagrados há dez anos, hoje podem não ter mais ter as suas essências. E a gente precisa corrigir o que precisa ser corrigido, precisa avançar e eu digo o seguinte: o Brasil tem pressa. Então precisamos agir com equilíbrio e serenidade para tentar uma nova política educacional”, finalizou.
(Humberto Azevedo trabalha para a Agência Política Real)