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Três décadas do massacre na Praça da Paz Celestial

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Atos políticos na Paz Celestial está sendo apagados pelo governo chinês/Arquivo

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Zhou Qing tinha 25 anos em 1989, quando se engajou no movimento que pedia mais liberdades na China. Os protestos se espalharam por centenas de cidades e culminaram no massacre da Praça da Paz Celestial, em Pequim, promovido por forças estatais em 4 de junho, há exatos 30 anos.

Na noite de 3 a 4 de junho de 1989, a liderança do Partido Comunista decidiu resolver a situação com o uso da força. O número exato de vítimas resultantes da operação militar segue incerto.

De acordo com a mais recente publicação sobre a história da República Popular da China, do historiador alemão Klaus Mülhahn, centenas de pessoas foram mortas durante o avanço do Exército e a evacuação violenta da praça, e milhares ficaram feridas.

As autoridades chinesas intensificaram a segurança em torno da Praça da Paz Celestial em Pequim nesta terça-feira (04), dia que marca os 30 anos do massacre ocorrido no local durante um protesto pela liberdade e democracia.

Nas primeiras horas da manhã, os turistas que se encaminhavam para assistir à cerimônia diária de hasteamento da bandeira na Praça da Paz Celestial se depararam com pontos de checagem adicionais e ruas fechadas.

Hong Kong, na época ainda uma colônia do Reino Unido, desempenhou um papel significativo durante e após os protestos. Em 21 de maio de 1989, uma manifestação com cerca de um milhão de participantes em apoio ao movimento democrático na China.

Muitos estudantes escolheram Hong Kong como exílio. Apoio foi fornecido pela organização HK Alliance, que ainda existe e recorda anualmente o massacre na Praça da Paz Celestial.

Zhou passou três anos na prisão por se engajar na dissidência. Hoje vivendo em Berlim como escritor e documentarista, ele diz, em entrevista à DW, que os governantes comunistas estão sempre tentando fazer com que os eventos daquele 4 de junho desapareçam da memória popular.

Mas afirma que “a China está a caminho de uma sociedade democrática, livre e constitucional”. E isso se deve em parte ao fato de os chineses estarem, no exterior e através da internet, vendo cada vez mais como é o mundo com maiores liberdades civis. “Não tenho a menor dúvida sobre isso. Porque a grande maioria dos chineses já experimentou a luz brilhante lá fora, e eles vão caminhar nessa direção – a qualquer preço”.

O ex-líder estudantil Shao Jiang, pesquisador no Centro de Estudos para a Democracia da Universidade de Westminster, em Londres, afirmou acreditar que os grupos pró-democracia precisam se reorganizar para que não se tornem irrelevantes.

“Como os ativistas da democracia têm pouca influência sobre os políticos ocidentais, eles precisam se unir ao movimento global contra a expansão da China“, disse Shao. Em vez de apoiar os dissidentes chineses na China, eles deveriam se concentrar em se opor às ambições econômicas e políticas da China no exterior e apoiar a democracia fora da China.

Mas Zhou afirmou que ainda não perdeu a esperança. Ele ainda acredita nos valores do movimento de 4 de junho e quer voltar a ser bem-sucedido em sua empreitada com ideias criativas. “Acho que devemos acreditar que a história ficará do nosso lado.”

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