O Plano Real completa hoje 25 anos. Em circulação desde 1º de julho de 1994, o real não era mais uma tentativa fadada ao fracasso para estabilizar a economia, como ocorreu em seis planos emergenciais anteriores: Cruzado 1 (fevereiro de 1986); Cruzado 2 (novembro de 1986); Bresser (junho de 1987); Verão (janeiro de 1989); Collor 1 (março de 1990) e Collor 2 (janeiro de 1991).
A comunicação foi um ponto chave para que o Plano Real, implementado em etapas, fosse assimilado e tivesse engajamento. “Sem muita explicação, verbo, liderança e apoio da mídia não se consegue o principal, que é convencer, ou seja, vencer junto tanto com as cúpulas político-tecnocráticas como, principalmente, junto com o povo”, assinala o presidente Fernando Henrique Cardoso, em nota à imprensa sobre os 25 anos da iniciativa, registra a Agência Brasil.
O jornalista Thomas Traumann, autor do livro O Pior Emprego do Mundo, que narra a trajetória de 14 ministros da Fazenda desde 1967, também aponta para o cuidado com a disseminação das medidas econômicas no lançamento do real.
Segundo Traumann, o Plano Real contou com “apoio didático preponderante da mídia”. “Os telejornais foram favoráveis ao plano desde o seu dia zero”, destaca. A informação sem sustos evitou comportamentos que em outros planos criam corrida a bancos, supermercados e postos de combustível. “Não houve surpresa. Isso foi fundamental”, acrescenta.
Apesar de ter alcançado a marca dos 102.062 pontos no pregão da última segunda-feira (24), o Ibovespa –principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo)– está longe de alcançar o nível recorde de pontuação, atingido em maio de 2008. À época, o índice bateu os 137.470 pontos, em valores ajustados pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Nesse período, seis presidentes comandaram o país: Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e o atual, Jair Bolsonaro.