Um dia após o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, comandar uma invasão militar ao Parlamento para tentar aprovar um empréstimo à força, a Corte Suprema de Justiça (CSJ) e o Congresso do país intensificaram os esforços para alcançar uma solução pacífica à crise institucional provocada pelo ato considerado por deputados “uma tentativa de golpe de Estado”.
A Corte Suprema ordenou que o presidente “se abstenha de usar as Forças Armadas em atividades contrárias aos propósitos estabelecidos constitucionalmente e que coloquem em risco a forma de governo republicano, democrático e representativo, o sistema político pluralista e, em particular, a separação de poderes”.
A CSJ determinou ainda que o ministro da Defesa e o diretor da Polícia Nacional Civil (PNC) “não exerçam funções e atividades diferentes daquelas a que estão obrigados constitucional e legalmente”, depois de um dia conturbado que incluiu a militarização do Parlamento por ordens de Bukele.
A crise institucional no país se agravou depois de um presidente do Congresso, Mario Ponce, classificar o ato do fim de semana como “uma tentativa de golpe de Estado”. A declaração recebeu apoio de vários deputados. Ponce disse à imprensa que militares “invadiram o órgão Legislativo com armas de guerra”, e que os presentes não puderam “reagir ao Executivo com uma arma na testa”.