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Demissão iminente

Ministro da Educação Abraham Weintraub

Weintraub gravou um vídeo ao lado do presidente Bolsonaro para se despedir do cargo/Arquivo

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A história não é nova. Ao contrário, repete o que ocorreu já diversas vezes durante o governo Bolsonaro, com um ministro sofrendo um processo de fritura em praça pública até cair. No caso, o titular da Educação, Abraham Weintraub.

A lista de casos similares é extensa – Gustavo Bebianno, Joaquim Levy, Santos Cruz, Luiz Henrique Mandetta, Sérgio Moro. Independentemente dos méritos (ou deméritos) de cada um na condução de suas pastas – Levy presidiu o BNDES -, todos eles não resistiram ao peso do clã Bolsonaro. O jogo é claro e bruto.

No caso de Weintraub, a se confirmar sua queda, ela se dará pelo “conjunto da obra”. Desde que assumiu, ainda no primeiro semestre de 2019, ele pouco fez pela educação. Na verdade, sua gestão foi marcada por polêmicas que, no limite, enfraqueceram o setor. Mais ainda, ele assumiu a linha de frente em discussões com diferentes setores da sociedade brasileira, em especial o mundo acadêmico, que jamais conseguiu estabelecer um diálogo mínimo. O ainda titular da Educação comportou-se mais como um bobo da corte.

A tal da “saída honrosa” projetada pelo governo para seu colaborador não será fácil de ser encontrada. Uma embaixada, por exemplo, embute riscos políticos – difícil imaginar Weintraub enfrentando uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal e, posteriormente, uma votação no plenário da Casa. Igualmente outro cargo no governo tem baixa probabilidade de emplacar.

Sua saída representa ainda uma derrota para o núcleo ideológico-olavista do governo. A rigor, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, torna-se o principal representante do grupo no primeiro escalão. Quase um sobrevivente.

O presidente Jair Bolsonaro poderá utilizar a vaga em aberto para acomodar em definitivo o Centrão. Outra possibilidade é colocar no posto alguém com o perfil de Weintraub – ou seja, apostar no “mais do mesmo”. A solução ideal, a nomeação de um técnico sintonizado com as demandas do setor, não está nos planos do Planalto.

Enfim, Abraham Weintraub é mais uma vítima do modus operandi do governo. Não foi o primeiro, não será o último.

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