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Ministro sem diplomas de doutor e pós-doutorado

Ministro Carlos Decotelli

Decotelli não tinha mais condições de assumir o Ministério da Educação/Arquivo/Marcelo Casal Júnior/Agência Brasil

Ao anunciar sua indicação para o Ministério da Educação, o presidente Jair Bolsonaro destacou o que seria um currículo sólido do escolhido, o professor Carlos Decotelli, apontando, entre outras coisas, que ele é “doutor pela Universidade de Rosário, Argentina”. Carlos Alberto Decotelli da Silva, de 67 anos, foi indicado para o cargo de ministro da Educação com aval da ala militar do governo e apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes.

No entanto, nesta sexta-feira (26/06), um dia após o anúncio, o reitor da instituição argentina rebateu o presidente e disse que Decotelli nunca obteve o título de doutor pela universidade.

Em entrevista à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, Bartolacci disse: “Ele [Decotelli] cursou o doutorado, mas não finalizou, portanto não completou os requisitos exigidos para obter a titulação de doutor na Universidade Nacional de Rosário.”

O jornal O Estado de São Paulo relatou que questionou o ministro sobre a apresentação da tese, mas que ele não respondeu. Após os questionamentos sobre sua formação terem sido levantados, Decotelli alterou seu currículo lattes, excluindo informações como o título da tese e o nome do orientador. Também inclui a informação “sem defesa de tese”.

Na mesma publicação de quinta-feira, Bolsonaro também havia destacado que Decotelli é “pós-doutor [sic]” pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha, se referindo incorretamente à atividade de pós-doutorado como se ela proporcionasse um título. No site da Bergische Universität Wuppertal há poucas informações disponíveis sobre Decotelli. Uma notícia de 2015 aponta que ele iria realizar um curso de três meses na instituição.

Outro site, de uma professora aposentada da Faculdade de Artes e Design da universidade chamada Brigitte Wolf, indica que em 2016 Decotelli passou “alguns meses” no departamento de design industrial estudando “metodologia, planejamento e estratégia”. O relatório de pesquisa de Decotelli, escrito em alemão e disponível no site da FGV, aponta que ele pesquisou sobre o design de máquinas agrícolas durante sua estada na Alemanha.

Por enquanto, os olavistas têm se mantido em silêncio sobre a perda de espaço no comando do MEC. Alguns integrantes dessa ala ainda continuam na pasta, apesar da saída de Weintraub, como Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização. Ainda não se sabe como eles pretendem se comportar. (Da DW)

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