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Fogo ameaça o bioma do patrimônio nacional do Pantanal

Incêndio florestal

Fogo consome a vegetação entre a BR 262 e MS 184, no Mato Grosso/Arquivo

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Assustador e sem precedentes: é assim que, quem conhece e monitora o Pantanal, descreve a situação da região, continuamente castigada por incêndios. Só em 2020, o fogo já consumiu 17.500 quilômetros quadrados de mata, o equivalente a mais de 10% da área do total de um dos biomas mais importantes do mundo.

Desde 1998, quando o monitoramento das queimadas no Pantanal foi iniciado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nunca houve tantos focos de calor entre janeiro e agosto como agora: foram 7.727 registrados até 18 de agosto. Um aumento de 211% em relação ao mesmo período do ano passado. O fogo no Pantanal não tem poupado sequer animais que conseguiam escapar das chamas a tempo: cenas de jacarés, macacos, cobras e antas carbonizadas chocam quem trabalha na região.

“A extensão, a velocidade com que as chamas se espalham é assustadora”, afirma Felipe Dias, diretor executivo do Instituto SOS Pantanal. Os prejuízos materiais e o impacto sobre a vida natural ainda estão sendo levantados. “O problema é que o fogo tem sido recorrente. Ele normalmente não voltava a uma região atingida. O que vemos agora é que os incêndios estão se repetindo nas mesmas regiões”, completa.

Até o fim da temporada da seca, a expectativa é desanimadora. “Estamos contanto com redução de algumas espécies. Muitas delas já são ameaçadas, e o fogo atual pode ter um efeito de piorar o status de conservação”, prevê Danilo Bandini, pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso. Região repleta de fazendas de gado, o Pantanal tem apenas 3,5% de seu território protegido por unidades de conservação onde, até o momento, não há registro de focos de calor pelo Inpe. (Da DW)

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