Abalada com os longos meses de uma quarentena rígida adotada para impedir a entrada da Covid-19 na casa onde mora com a avó de 88 anos, a influenciadora digital carioca Renata Alfaia decidiu sair para se encontrar pela primeira vez em muito tempo com seu parceiro, aproveitando a perda de força do coronavírus no Brasil, escreve Pedro Fonseca, da Reuters.
Bastou um encontro presencial após oito meses de distanciamento para ser contaminada, num reflexo do novo momento da epidemia no país, em que o esgotamento da população com as medidas de prevenção e a retomada das atividades têm provocado um repique de casos e despertado temores de uma segunda onda.
Alfaia se recuperou da doença em casa, mas ainda assim passou o vírus para a mãe e a irmã. As três estão entre os quase 6 milhões de brasileiros com casos confirmados de Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde.
Com 5.981.767 casos, o Brasil deve se tornar nesta sexta-feira apenas o terceiro país do mundo a superar a barreira de 6 milhões, depois de Estados Unidos e Índia. Nas maiores cidades do país, as ruas estão cada vez mais próximas da normalidade, com restaurantes e lojas cheios de pessoas muitas vezes sem máscara.
A triste marca de casos, acompanhada de quase 170 mil óbitos, é atingida no momento em que a Covid-19 volta a acelerar no país após quase três meses de queda nos números, depois de um platô muito alto atingido durante o mês de agosto.
De acordo com o Imperial College de Londres, a taxa de contágio da Covid-19 no Brasil atingiu 1,1 nesta semana, após permanecer por diversas semanas abaixo da marca de 1. A taxa de 1,1 significa que cada 100 pessoas com o vírus contaminam outras 110, o que representa um aumento da disseminação da doença. Uma taxa abaixo de 1 representa uma desaceleração do contágio.