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General Pazuello diz que “não vai pedir pra sair” da Saúde

Ministro Eduardo Pazuello

Pazuello ficou como ministro no auge da pandemia da Covid-19/Arquivo/Pedro França/Agência Senado

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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, está com os dias contatos no cargo. Ele deve sair com um carimbo de 280 mil mortos pela Covid-19 no seu currículo. Numa entrevista esta tarde, divulgada ao vivo pelo Misto Brasília, Pazuello se atrapalhou com números. E reclamou que não está doente e que não vai pedir demissão. Estava cotada para o lugar dele a médica Ludmila Hajjar, que não aceitou o convite.

Neste momento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está reunido com o cardiologista Marcelo Queiroga. Ele está cotado para assumir o ministério, junto com os deputados Ricardo Barros (PP-PR) e Luiz Antônio Teixeira Jr, o doutor Luizinho (PP-RJ). O presidente deve escolher o substituto a partir de conversas que terá com os nomes sugeridos, como o presidente da Agência de Vigilância, Antonio Barra Torres.

Ludhmila Hajjar veio a Brasília com o apoio –público ou reservado– de nomes como o do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), do procurador-geral da República, Augusto Aras; e dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Todos, de uma forma ou de outra, deixaram Bolsonaro saber que apoiavam a cardiologista para ser a nova ministra da Saúde.

A médica foi sabatinada pelo presidente e seu filho. Eduardo Bolsonaro quis saber o que ela achava de dois temas: aborto e armas. Segundo apurou o Poder360, ela respondeu que considerava o tema das armas relacionado a polícias e às Forças Armadas, e que não nutria simpatia por armar a população. Não foi possível apurar sua resposta a respeito de aborto.

A reportagem do Poder360 apurou que o presidente em determinado momento dirigiu-se a Ludhmila no seu estilo que mistura franqueza com rispidez: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”.

Pouco depois do encontro, a médica foi à CNN Brasil e também à TV Globo dizer que foi convidada para assumir a Saúde, mas que recusou por motivos técnicos.

Em entrevista coletiva nesta segunda (15), o ministro Pazuello confirmou que o governo está em tratativas para reorganizar a pasta, mas disse que não pediu para sair.

“O ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia, sim, pode ser em curto, médio ou longo prazo”, disse ele. “O presidente está nessa tratativa de reorganizar o Ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal”.

Pazuello afirmou ainda que, caso saia, garante que sua equipe manterá a continuidade das ações planejadas. “Posso afiançar, não vamos parar nenhum minuto”.

Ele confirmou que participou do encontro do presidente Jair Bolsonaro com a médica Ludhmila Hajjar. “O cargo é do presidente da República. Existia a possibilidade de troca desde o dia em que entrei, podia ficar a curto, médio ou longo prazo. Estou a médio. O presidente está, sim, pensando em substituição, está avaliando nomes”, declarou. “Conversei com ele e Ludhmila e, claro, estou à disposição para ajudar todos que vierem aqui. É continuidade, não rompimento”.

Ele disse ainda que não pediu e não pedirá para deixar o cargo. “Não vou pedir para ir embora, não é da minha característica”, afirmou. “Não pedi para ir embora, nem vou pedir. Estamos trabalhando e é um trabalho conjunto com o governo. Se haverá substituição, cabe ao presidente da República, não a mim”.

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