Texto de Gilmar corrêa
O pedido de demissão de dois ministros hoje (29) deve abrir as portas para uma reforça ministerial que deve contemplar os acordos políticos de Jair Bolsonaro com o Centrão, atualmente a base de sustentação do presidente no Congresso Nacional. A saída do ministro da Defesa, Azevedo e Silva, deve também alterar o comando do Exército. Mais cedo, quem pediu demissão foi o ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo.
O general Edson Leal Pujol tem mantido uma distância do presidente para manter longe ao Exército das questões políticas e ideológicas. Bolsonaro vinha há meses querendo trocar o general de cavalaria, mas o ministro Azevedo e Silva mantinha Pujol no cargo. Na reunião de hoje, a conversa entre o ministro e o presidente durou menos de cinco minutos.
Nesta reunião, Azevedo e Silva entregou o cargo e na carta disse que preservou a instituição das Forças Armadas. Bolsonaro tem dito que o Exército é seu.
Em meio ao calor das atuais especulações, comenta-se que o novo ministro da Defesa poderá ser o general da reserva Braga Neto. O militar ocupa a chefia da Casa Civil, mas para abrir espaço político, poderá ser remanejado de ministério.
A mesma tática foi feita quando o deputado licenciado João Roma assumiu o Ministério da Cidadania no lugar do deputado licenciado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que passou a chefia a Secretaria-Geral do Palácio do Planalto. Roma é representante do Centrão e foi colocado no cargo a partir de um acordo entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Há pouco, ministro da Advocacia-Geral da União também entregou o cargo. A demissão de José Levi aconteceu na esteira de uma série de descontentamento do presidente com seus aliados. Ele quer uma aliança incondicional dos seus auxiliares. O ministro da Justiça e Segurança, André Mendonça pode voltar para a AGU.
Cargos de menor envergadura também devem ser negociados nesta recomposição política. incluindo a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação.