A procura por notícias no site Misto Brasília bateu um recorde no mês de março. Se comparado com os demais meses de 2021 e 2020, os acessos tiveram um crescimento de 21%, de acordo com análises do Google Analytics, principal ferramenta de aferição de audiência na internet e que serve de parâmetro também para as agências de publicidade.
As visualizações crescentes acompanham uma realidade já identificada no ano passado com a chegada da pandemia do Covid-19. Além de notícias relacionadas com a peste, informações sobre outros assuntos também registraram um aumento. Essa tendência por consumo de notícias confiáveis pode estar relacionada também com uma campanha maciça contra as fake news ou notícias falsas que poluem as redes sociais.
Em abril do ano passado, o Observatório da Imprensa já registrava que a pandemia de coronavírus aumentou de maneira substancial a audiência dos sites de notícias pelo mundo. De acordo com dados mostrados pelo Axios, nos EUA houve um crescimento nos downloads de aplicativos de notícias, especialmente de agregadores de conteúdo (News Break e SmartNews).
Em março deste ano, o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, comentou que “o papel do jornalismo é apurar a verdade e esclarecer os fatos. Na democracia, funciona como uma barreira de contenção”. Particularmente na era digital, marcada pela proliferação de “fake news”, discursos de ódio e incitação à violência, o jornalismo tem a chance de se firmar como a forma mais eficaz de combater esses problemas, afirma o presidente da ANJ.
“Mas se o jornalismo é enfraquecido ou desaparece, as opções que restam são o controle pelas próprias plataformas, que é tecnicamente impossível, ou o controle externo por governos, com risco de censura”.
Há quase um ano, uma reportagem da Agência Brasil registrou que a pandemia de Covid-19 levou sete a cada dez pessoas a consumir notícias diariamente e a se manter atualizadas sobre os acontecimentos por meio da televisão. Para 65% dos 831 participantes do levantamento da pesquisa Coronavírus, Comunicação e Informação, elaborada por docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), outras fontes centrais de informação foram a versão online de jornais e os blogs. Os voluntários, oriundos de 24 estados e também de outros países, responderam questionário on-line, entre os dias 12 e 19 abril.