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Pesquisadores dizem que Brasil poderia ter poupado milhares de vidas

CPI da Covid Pedro Halla e Jurema Werneck

Pedro Hallal e Jurema Werneck em depoimento na CPI da Covid/Jefferson Rudy/Agência Senado

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Prestam depoimento o epidemiologista Pedro Hallal e a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil Jurema Werneck

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), abriu a reunião de hoje anunciando que enviou à Polícia Federal um pedido de proteção ao deputado Luis Miranda (DEM-DF) e ao irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que vão prestar depoimento amanhã. O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que vai solicitar “proteção de vida” para o proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que CPI acionará advogados do empresário para verificar necessidade.

O Misto Brasília transmite ao vivo as sessões da CPI da Covid – confira na homepage do site

Nesta quinta-feira (24) prestam depoimento o epidemiologista e pesquisador Pedro Hallal, e a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta, Jurema Werneck.

Para Jurema Werneck, as desigualdades sociais no Brasil se refletiram no número de mortos pela pandemia. Segundo ela, o coronavírus matou mais indígenas, negros e pessoas de baixa renda e de baixa escolaridade. Entre as medidas recomendadas à CPI, Werneck citou a criação de um plano nacional de responsabilização e reparação, criação de uma frente nacional de enfrentamento à covid-19 e a adequação da dimensão e abrangência do SUS.

Epidemiologista Pedro Hallal disse que a falta de uma política de comunicação unificada foi um dos erros mais graves a ser investigado pela CPI. Segundo o pesquisador, era necessário estimular o uso máscaras e evitar aglomerações. Ele informou que slide da pesquisa Epicovid, que atestou que negros e indígenas são mais afetados pela covid-19, foi censurado em apresentação no Palácio do Planalto. Depois o governo cancelou o apoio à pesquisa.

Hallal considera o Brasil um dos piores países em resposta à Covid-19. Para ele, quatro em cada cinco mortes teriam sido evitadas se a nação estivesse dentro da média mundial de óbitos. O pesquisador disse que 95,5 mil vidas teriam sido salvas caso o governo federal tivesse respondido com urgência às ofertas feitas pelos laboratórios que ofereceram as vacinas da Coronavac e Pfizer.

Jurema Werneck ressaltou que o governo deveria ter tido cuidado com viajantes e com portos e aeroportos. Para ela, o caos da pandemia foi instituído por negligência e falta de atenção com o SUS.

Pedro Hallal disse que o presidente Bolsonaro tem responsabilidade direta em parte das mortes por Covid-19. “Quem disse que vacina transforma a pessoa em jacaré foi o presidente da República, e não o governo”. “Não há como governos estaduais darem conta da pandemia quando o Executivo desdenha da ciência”, disse Hallal ao senador Humberto Costa (PT-PE). Já Jurema Werneck destacou a importância das lideranças nacionais para o país.

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