Sobre o voto impresso, bolsonaristas já experimentam um recuo para a proposta
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, engrossou o coro de senadores contra a proposta do “distritão”, modelo de votação em discussão na Câmara dos Deputados para substituir o sistema proporcional pelo majoritário, que considera apenas os nomes mais votados.
Em sessão de debates temáticos do Senado nesta segunda-feira (5), que debateu possíveis ajustes na legislação eleitoral, senadores e o ministro avaliam que o “distritão” fragiliza os partidos. Há pouco, a comissão especial na Câmara, que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 125/11, e que proíbe a realização de eleições em data próxima a feriado, suspendeu a reunião desta tarde por falta de presença.
Pelo modelo atual, deputados são eleitos pelo sistema proporcional. Nele, as vagas são definidas de acordo com o número de votos para cada partido e o quociente eleitoral. Já no “distritão”, os deputados com o maior número de votos em cada estado ganham as cadeiras, sem levar em conta o total obtido pela legenda.
“O distritão só tem desvantagens. No mundo inteiro você vota no partido. O Brasil é exceção. Em nenhum país do mundo o seu companheiro de partido é seu adversário. Enquanto nós não resolvermos essa questão, nós vamos ficar rodeando, fazendo reforminha e tal e não vamos atacar o problema principal. Se nós queremos votar no candidato, nós temos que restringir o local”, avaliou o senador Marcelo Castro (MDB-PI).
Sem maioria na comissão especial para aprovar a proposta de voto impresso no país, os bolsonaristas discutem um meio termo para o texto. A autora da PEC (135-19), deputada Bia Kicis (PSL-DF), diz que qualquer solução proposta precisa dar transparência e segurança. “O meio pode ser discutido, a segurança e a transparência não”, afirmou ao SBT News.
Uma das possibilidades seria estabelecer uma amostragem de votos impressos para fazer uma auditoria nas eleições de 2022. A expectativa é de discussão demorada no colegiado e a votação deve ficar para quinta-feira. (Com agências Câmara e Brasil e SBT News)