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Inflação de famílias mais pobres já supera 11% em cinco capitais

Inflação mercado famílias

O grupo de alimentação e bebida tem influência direta na inflação/Arquivo

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Em apenas três cidades o INPC ficou abaixo de 10%: Belém, Rio de Janeiro e São Luís

Texto de Vivaldo de Sousa

Além de afetar as pessoas com menor renda, a inflação acumulada nos 12 meses terminados em janeiro também é maior para os moradores de Salvador, Rio Branco, Fortaleza, Vitória e Curitiba, onde o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ficou acima de 11% no período. Os dados do IBGE mostram ainda que em pelo menos um cidade, das 15 pesquisadas, a inflação ficou próxima de 13%.

Em Curitiba, a alta acumulada em 12 meses fechou fevereiro em 12,93%. O INPC, que serve de referência para a inflação da população de menor renda, leva em conta o consumo das famílias com rendimentos de um a cinco salários-mínimos. Já o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), considerado o indicador oficial de inflação, leva em conta o consumo das famílias com renda de até oito salários-mínimos.



Enquanto o IPCA acumulado em 12 meses fechou janeiro em 10,38%, o INPC ficou um pouco acima: 10,60%. Em 8 dos 16 locais pesquisados, a inflação medida pelo INPC ficou acima dessa média. Além das cidades já citadas, São Paulo e região metropolitana teve alta de 10.89%. Em apenas três cidades o INPC ficou abaixo de 10%: Belém (8,58%), Rio de Janeiro (9,29%) e São Luís (9,67%), segundo o IBGE.

A expectativa dos especialistas é que a inflação de 2022 feche próxima de 6% no acumulado de janeiro a dezembro. Se confirmada essa previsão, será o segundo ano consecutivo em que ficará acima do teto do intervalo de tolerância do sistema de metas, que é de 5%, com centro em alta 3,5% em 2022. A inflação medida pelo INPC está acima de 10%, em 12 meses, desde agosto de 2021, quando ficou em 10,42%.


Já o IPCA está acima de 10% desde setembro do ano passado, quando acumulava alta de 10,25% em 12 meses. Fevereiro, que termina dentro de dez dias, deverá ser mais um mês com inflação na casa dos dígitos ao longo de 12 meses. Entre os produtos que contribuíram para puxar para cima a inflação nos últimos meses estão os preços dos alimentos e dos combustíveis.

Hoje, 116,8 milhões de brasileiros não têm acesso pleno e permanente a comida, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), divulgado em 2021, conforme reportagem publicada na Folha de São Paulo. Isso significa que 55,2% dos lares brasileiros vivenciaram um cenário de insegurança alimentar no período. Em 2018 esse percentual era de 36,7%.

 

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