Há uma nota da Secretaria da Mulher da Câmara e pessoas pediram a demissão de humorista
O filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola” saiu das telas da Netflix para se transformar numa grande polêmica que alcançou a bancada feminina da Câmara dos Deputados. A produção tem a assinatura do apresentador Danilo Gentili, do SBT, e dirigido por Fabrício Bittar.
No domingo (13), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou ter determinado “que os vários setores do Ministério da Justiça adotem as providências cabíveis para o caso”.
É a segunda vez que o filme provoca discussões. A primeira foi em 2017, quando pessoas ligadas aos partidos de esquerda lançaram seus torpedos, mas o deputado e pastor Marco Feliciano (PL-SP) chegou a elogiar o filme. No mesmo ano, em tuíte publicado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro, dizia que tinha um bom motivo para achar que o filme era bom – no caso, a Folha não ter gostado dele.
A questão que envolve o filme voltou com a cena onde há cenas de exploração de pedofilia, o que contraria a legislação brasileira, especialmente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A Secretaria da Mulher da câmara divulgou uma nota (veja abaixo) e há pedidos para que o dono do SBT demita o apresentador.
Na segunda-feira (14), o ator Fábio Porchat, que protagoniza a cena, divulgou que “temas super pesados são retratados o tempo todo no audiovisual. E às vezes ganham prêmios! Jackie Earle Haley concorreu ao Oscar em 2007 interpretando um pedófilo no excelente filme Pecados Íntimos”. E explicou que ficção é uma coisa e a realidade é outra.
Nota da Secretaria da Mulher
A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, órgão representativo da Bancada Feminina, formado pela Coordenadoria dos Direitos da Mulher e pela Procuradoria da Mulher, vem a público manifestar veemente repúdio à exibição do filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola”, disponível na Netflix, que virou alvo de críticas nas redes sociais após viralizar uma cena de cunho sexual protagonizada pelo ator Fabio Porchat e por dois atores adolescentes.
O filme dirigido por Fabrício Bittar foi baseado no livro homônimo, idealizado e escrito pelo apresentador de “The Noite”, Danilo Gentili, que também atua no elenco do filme.
Ressalte-se que a obra cinematográfica, indicada para maiores de 14 anos, mostra a banalização de cenas libidinosas praticada por adulto com a interação de adolescentes. Disponível na plataforma de streaming Netflix, contém cenas de pedofilia, que fere a Constituição Federal Brasileira em seu artigo 227, que assegura a proteção integral à criança e ao adolescente. Além disso, o referido filme fere o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
De acordo com o ECA, além de crianças não poderem trabalhar, mesmo para percebendo cachê, jamais poderiam participar de um filme com cena de pedofilia e consequente relação com a corrupção, assédio sexual, assédio moral e constrangimento de menores.
Embora lançada em 2017, a obra acabou de ser incluída no catálogo de exibição da plataforma de streaming Netflix. Lamentamos que a empresa tenha selecionado este filme para ser comercializado e divulgado, considerando o alto potencial de exibição da Netflix.
Diante do exposto, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, reitera seu repúdio à divulgação e exibição do filme considerando as cenas de cunho sexual envolvendo adultos, com a participação de crianças/adolescentes. Por fim, comunica que irá requerer das autoridades competentes as medidas legais cabíveis, a fim de assegurar o cumprimento da legislação, garantidos por lei à criança e ao adolescente, conforme os princípios democráticos consagrados na nossa Constituição.