Movimento para ocupar a política partidária inclui diversas lideranças, como Célia Xakriaba
Por Misto Brasília – DF
Célia Xakriaba esteve hoje (05) na Câmara dos Deputados. Passou pelo plenário onde pretende estar no ano que vem como parlamentar federal. Ela é de Minas Gerais e está na lista de 40 pré-candidatos indígenas que irão disputar as eleições de outubro. A maioria vive na região Norte do país.
O lançamento das candidaturas é uma estratégia que vem desde as eleições de 2020, quando foram lançadas 2,2 mil candidaturas indígenas, das quais 195 foram eleitos como prefeitos, 10 vice-prefeitos e 177 vereadores. A única representante indígena na Câmara é a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR).
O movimento foi intensificado com o Acampamento Terra Livre, que reuniu em abril 8 mil indígenas em Brasília. “Estamos fazendo uma frente e quero estar aqui em 2023”, disse Célia Xakriaba, que está filiada ao PSol. Pauta não faltam para o movimento indígena. Uma delas é a tentativa de regularização de metade dos territórios, que está na gaveta do governo federal.
O povo da etnia Xakriabá vive no município de São João das Missões, localizado ás margens esquerda do Rio São Francisco, no norte de Minas Gerais. O povo Xakriabá sobreviveu às frentes pecuaristas e garimpeiras. Até hoje, o grupo indígena luta pela ampliação de suas terras demarcadas, segundo um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG).
“Nós precisamos ocupar a política partidária para ocupar o poder. Por isso, um dos nossos objetivos centrais é incentivar candidaturas indígenas ao parlamento, seja nas assembleias legislativas estaduais, seja no Congresso Nacional”, disse em abril a coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e pré-candidata a deputada federal por Santa Catarina, Kerexu Yxapyry.