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Maioria artistas transformistas mora fora do Plano Piloto

Pesquisa levantou a realidade dos artistas drag no Distrito Federal/Divulgação

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O valor dos cachês gira em torno de R$ 150, mas a atividade é uma ferramenta de libertação social

Por Misto Brasília – DF

A maioria dos artistas transformistas (65%) vive em regiões periféricas do Distrito Federal, segundo um levantamento feito pelo Distrito Drag e o Instituto LGBT+. A atividade é precarizada e a performance drag é uma ferramenta de libertação de amarras sociais.

Apenas 10% dos entrevistados conseguem viver exclusivamente com a atuação como drag. Para o mapeamento foram realizadas 15 horas de entrevistas, com 40 artistas. E um dos primeiros pontos de atenção foi o que mostrou que a arte drag no Distrito Federal é feita por artistas que vivem fora de regiões privilegiadas. Entre as cidades onde vivem estão Ceilândia, Taguatinga, Arniqueiras, Brazlândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Jardim Botânico, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Samambaia, Sobradinho, Vicente Pires e Valparaíso de Goiás

O valor médio do cachê recebido para uma apresentação é de R$ 200, podendo chegar a R$ 400, porém o valor mais comum para os cachês é R$ 150. Os valores das remunerações das performances não permitem que atividade de transformista seja exercida como única fonte de renda, de acordo com a conclusão do trabalho.



Entre as profissões ocupadas pelos artistas pesquisados estão as de professor, assessor parlamentar, advogado, bartender, cabeleireiro, maquiador, designer, estilista, fotógrafo, jornalista, museólogo, pedagogo, produtor cultural, publicitário, radialista e técnico em enfermagem.

Segundo o coordenador do estudo, Rodolfo Godoi, do Instituto LGBT+, o registro histórico é um fator essencial. “A pesquisa promove um registro dessa arte que é feita por grupos que são marginalizados e que têm suas histórias apagadas”, afirma.

 

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