O candidato à Presidência da República afirmou que não ajudou construir o que chamou de “polarização odienta”
O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, na sua sabatina ao Jornal Nacional nesta terça-feira (23/08), buscou se colocar como uma alternativa às candidaturas de Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT), e atribuiu alguns dos maiores problemas atuais do país aos candidatos que lideram as pesquisa de intenção de voto.
Ciro Gomes disputa a Presidência pela quarta vez. Ao longo da sua vida pública, ele foi prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e ministro nos governos Itamar Franco e Lula. Sem conseguir fechar alianças, ele concorre este ano numa chapa pura, tendo a vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, também do PDT, como vice, informou a Agência DW.
Entre os pontos principais do seu programa de governo, apresentado primeira quinzena de agosto, está a criação de um “Projeto Nacional de Desenvolvimento”, taxação de grandes fortunas, expansão de programas de distribuição de renda e um projeto de renegociação de dívidas de famílias e mudanças sensíveis na administração da Petrobras.
No fim de agosto, Ciro estava em terceiro colocado na disputa presidencial, mas distante dos dois primeiros colocados. Com 7% no Datafolha divulgado em 18 de agosto, arrastava-se, mais de 20 pontos percentuais atrás de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Em desvantagem nas pesquisas, ele tem multiplicado ataques tanto a Bolsonaro quanto a Lula.
Polarização
Ciro afirmou que não ajudou construir o que chamou de “polarização odienta, e disse que, ainda na campanha de 2018, ele tentou advertir que as pessoas “não podiam usar a promessa enganosa do Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foram produzidos pelo PT”.
“É grande a massa que vai votar Lula para se livrar do Bolsonaro, mas esqueceram que amanhã tem um país para governar”, criticou
O pedetista disse que seu objetivo é reconciliar o Brasil, e citou uma frase do físico Albert Eisntein, que diz que “repetir as coisas do passado e esperar resultado diferente é a Teoria da Insanidade”.
Renda mínima
Ciro defendeu a implementação de um programa de renda mínima que garantiria mil reais a todas as famílias brasileiras de baixa renda, em caráter permanente. Ele disse seria como ferramenta social que transformaria o Auxilio Brasil – o programa social lançado por Bolsonaro a poucos meses das eleições – em um sistema previdenciário constitucional.
Para tal, ele pegaria o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural, o seguro-desemprego, e o Auxilio Brasil e transformaria em um direito previdenciário constitucional.
Essa consolidação, segundo afirmou, custaria 290 bilhões de reais. Para torná-la possível, ele quer agregar ao valor já existente do Auxílio Brasil um tributo sobre grandes fortunas, sobre os patrimônios de mais de 20 milhões de reais. “Cada super rico ajudaria a financia com 50 centavos de cada 100 reais de sua fortuna, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha da pobreza”, explicou.