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Brasil vacinou apenas 35% das crianças contra a poliomielite

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A cobertura vacinal no Distrito Federal contra a pólio ainda não chegou ao índice ideal/Arquivo/SES

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Desde 2015, quando conseguiu obter uma cobertura vacinal de 98,3%, o Brasil não alcança mais a meta

Por Elaine Patrícia Cruz – DF

O Ministério da Saúde prorrogou a campanha de vacinação contra a poliomielite até o dia 30 de setembro. Até a última terça-feira (06), apenas 35% das crianças na faixa etária entre 1 e 5 anos de idade haviam sido imunizadas. A meta da campanha é alcançar uma cobertura igual ou maior que 95% neste público.



Desde 2015, quando conseguiu obter uma cobertura vacinal de 98,3%, o Brasil não alcança mais a meta de vacinação para a doença [estabelecida em 95%]. Em 2020, ela somou apenas 76,2%. E, no ano passado, 69,9%.

A baixa cobertura vacinal observada no Brasil contra a doença nos últimos anos tem preocupado especialistas, que alertam que esse cenário pode provocar a reintrodução do vírus no país. “Aqui no país, nós temos um risco de reintrodução [do vírus] com esse cenário de baixa cobertura vacinal”, falou a assessora técnica do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Programa Nacional de Imunizações, Caroline Gava.



“As últimas campanhas exclusivas [para a pólio] foram em 2018 e em 2020, onde já não alcançamos boas metas de cobertura vacinal. E hoje ela está muito aquém do que a gente desejaria”, acrescentou ela. Caroline palestrou hoje (08) em uma mesa que discutiu a situação da poliomielite no Brasil durante a XXIV Jornada Nacional de Imunizações (SBIm 2022), evento que acontece até sábado (10) no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista.

“Em uma avaliação de risco feito nas Américas e no Caribe pela Opas [Organização Pan-Americana de Saúde], considerando variáveis como cobertura vacinal, vigilância epidemiológica e outros determinantes de saúde, o Brasil aparece em segundo lugar, como de altíssimo risco para a reintrodução da pólio, só antecedido pelo Haiti”, disse Luiza Helena, que integra o Núcleo Assessor Permanente da Sociedade Latinoamericana de Infectologia Pediátrica (Slipe).


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