A reunião se arrastou até a madrugada de hoje, pois algumas diferenças entre os países não puderam ser superadas
Os líderes dos 27 países membros da União Europeia (UE) chegaram a um acordo para trabalhar em medidas voltadas a conter os elevados preços da energia, acentuados pela guerra da Ucrânia, informou nesta sexta-feira (21/10) o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. O anúncio foi feito no fim da cúpula sobre o tema realizada em Bruxelas.
“O Conselho Europeu chegou a um acordo. A unidade e a solidariedade prevalecem. Concordou em trabalhar em medidas para conter os preços da energia para as famílias e empresas”, escreveu Michel em sua conta no Twitter ao fim da cúpula de dois dias. O encontro visava superar as diferenças entre os países do bloco em relação à forma para se combater a crise energética.
A reunião se arrastou até a madrugada desta sexta-feira (21), pois algumas diferenças entre os países não puderam ser superadas. As discussões foram marcadas por posições divergentes em assuntos como limites temporários aos preços de gás e regras de solidariedade no bloco para distribuição de gás aos Estados membros em caso de emergência. Não se chegou a um consenso sobre um teto no preço deste combustível fóssil.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a cúpula estabeleceu um “roteiro sólido” para a continuação do trabalho sobre os preços de energia. Von der Leyen lembrou ainda das medidas já adotadas desde o início da guerra para salientar que todas as iniciativas têm “um efeito contínuo que os cidadãos podem ver”.
As medidas devem incluir ainda regras de solidariedade para disponibilização de gás a todos os países do bloco em caso de emergência. “Há muito trabalho pela frente. Estamos entrando num território desconhecido, onde ainda não temos experiência”, disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.
A cúpula para discutir a crise energética foi realizada dias depois de a Comissão Europeia ter apresentado novas medidas para aliviar os preços do gás e da luz, durante o próximo inverno europeu, que começa em dezembro e quando se teme cortes no fornecimento por parte da Rússia.