Gerar emprego, a maior revolução do século

Robótica Amazon Misto Brasília
Um dos centros de distribuição da Amazon com uso de robôs/Arquivo/Divulgação
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Empresas, como a Amazon, vem utilizando em suas linhas de produção robôs cada vez mais eficientes

Por Charles Machado – SC

O avançar das novas tecnologias, com a tomada de milhões de postos de trabalho onde o homem vem sendo substituído por sistemas e robôs no avançar da transformação digital, o maior desafio posto a sociedade será gerar novos empregos, que ofertem condições dignas aos trabalhadores.

Quando vemos assistentes virtuais no lugar de telefonistas de call centers, ou de drones na entrega de encomenda, a primeira coisa que vem em mente é onde toda essa força de trabalho vai parar? Se após a revolução industrial os trabalhos demitidos nas fábricas foram parar no setor de serviços, onde irão trabalhar essas milhões de pessoas que perderam os empregos de motorista, atendente, auxiliar de serviços gerais, programadores (sim pois a inteligência artificial vai também programar)?



Imagens como os robôs da Amazon, surgem com a beleza da explosão de uma estrela, linda de se registrar mas com um impacto devastador em tudo que estiver próximo.

A Amazon, recentemente abriu as portas de seu centro de robótica em Boston para mostrar seus planos de automação de processos, desigualando ainda mais a sua ação comercial com a loja do bairro.

A empresa estabeleceu suas duas fábricas de robôs (North Reading e BOS27) em Massachusetts, e não por acaso. O estado norte-americano é o local de origem da Kiva Systems, uma empresa de robótica que a Amazon comprou por 775 milhões em 2012 e com base na qual construiu a atual Amazon Robotics.

Deste estado é também  a iRobot, uma empresa que o americano adquiriu este verão por 1.700 milhões de dólares, e aqui está também o MIT, Massachusetts Institute of Technology.



Keynes e as linhas de produção

Especificamente, entre o centro de North Reading e Westborough, a empresa possui 10 linhas de produção de robôs, das quais aproximadamente 1.000 saem por dia, um total de 330.000 por ano, sendo a maior fabricante de robôs industriais do mundo. Cerca de 400 trabalhadores trabalham entre as duas fábricas. Você registrou os números, vou repetir aqui 400 pessoas trabalham na fábrica que vai produzir 330.000 robôs por ano, onde cada robô pode substituir de dois a três colaboradores, conseguiu fazer a conta do tamanho do desemprego?

Lembro que, Keynes previu em 1993 que o desemprego tecnológico generalizado estava se aproximando devido à descoberta de meios para economizar mão-de-obra, como a robótica.

O compromisso da Amazon com a robótica responde a uma tentativa da empresa de cortar custos no segmento de entregas domiciliares.  A crise atual e a situação de incerteza também tocam a gigante norte-americana, que em suas últimas contas garantiu que os gastos do consumidor estavam em águas desconhecidas e reduziu as previsões de renda abaixo das expectativas em Wall Street.



No chão dos armazéns da Amazon, uma série de robôs com a aparência de aspiradores de pó robôs, mas com capacidades muito diferentes, estão circulando há algum tempo. A mais recente adição a essa frota é o Proteus, que foi lançado em junho pela empresa como seu primeiro robô móvel totalmente autônomo. Ele se move de forma autônoma pelas instalações da empresa usando tecnologia avançada de segurança, percepção e navegação desenvolvida pela Amazon.

Ao mesmo tempo a empresa aposta também nos carros autônomos, no foco de demitir milhares de motoristas, pense nisso, um carro autônomo, vai entregar as suas compras feitas pela internet, e no lugar de um funcionário para levar do caminhão ao seu apartamento, será um robô nessa tarefa.



Robótica aconteceu desde 2012

A empresa apresentou recentemente sua van mais inteligente e inovadora da mão da Rivian, um veículo, projetado em conjunto pelas duas empresas, possui detecção de sensores, tecnologia de assistência à estrada e ao tráfego ou avisos de colisão. Além disso, integra totalmente o fluxo de trabalho de entrega com o veículo, permitindo acesso contínuo a rotas ou navegação. O objetivo da Amazon é ter veículos de entrega elétricos personalizados da Amazon em mais de 100 cidades até o final deste ano e 100.000 até 2030.

A introdução do robô de armazém ocorre em um momento em que a Amazon está sob pressão para cortar custos em sua divisão de comércio online, sobre a qual o fundador Jeff Bezos construiu seu império, que tem lutado para crescer em 2022.



A Amazon introduziu a robótica em seus armazéns em 2012 com a aquisição de US $ 775 milhões da Kiva, um grupo que havia feito uma unidade de acionamento que poderia mover pilhas de prateleiras em torno de uma determinada área. Atualmente, a Amazon usa 520 mil dessas unidades em todo o mundo.

O grupo de e-commerce movimentou cerca de 5 bilhões de pacotes em 2021, cerca de 13 milhões por dia, e 75% deles foram manipulados por seus robôs em pelo menos parte do processo de entrega.



Aumentou número de pessoas que procuram emprego

Embora pegar pequenos objetos seja uma tarefa fácil para as mãos humanas, criar um sistema capaz de lidar com uma ampla variedade de formas, tamanhos e pesos, sem a necessidade de recalibrá-lo, provou ser um desafio mais difícil para os engenheiros de robótica resolverem.

Não é a tecnologia que vai tirar o seu emprego, mas o uso dela, a finalidade dada a ela pela miopia ideológica dominante da maximização dos resultados, que acredita que tudo pode estar bem se o seu umbigo estiver bem.

Acreditar que os que ficam desamparados do caminho sejam apenas o resultado simplista da evolução natural, é estar dotado da ingenuidade que pensa que a meritocracia é um fator isolado do contexto social econômico e que ela é uma simples resultante do seu talento e da sua resiliência.



Segundo uma recente pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que demostrou o impacto da crise econômica e seus cruéis efeitos na vida dos brasileiros, onde quase 30% dos 13,5 milhões de desempregados no País buscam uma vaga há mais de dois anos o maior de toda a série histórica iniciada em 2012.

A mesma pesquisa indicou também o aumento da proporção de pessoas que buscam postos de trabalho há mais de um ano, de 12,6% no primeiro trimestre de 2020 para 19,5%.

Se você está sem emprego por mais de dois anos como o mercado estará vendo as suas habilidades?

Sabidamente quanto mais tempo sem emprego, mais difícil é arrumar um novo serviço, e para onde podem ir esses milhões de chefes de família?



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