Em 21 de setembro do ano passado, o Copom do Banco Central interrompeu um ciclo de 12 altas seguidas na Selic
Por Misto Brasília – DF
Em sua segunda reunião de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu novamente por manter a taxa Selic em 13,75%. Pelo quinto encontro consecutivo, a autoridade optou por não mexer nos juros. A decisão foi unânime.
Em 21 de setembro do ano passado, o Copom interrompeu um ciclo de 12 altas seguidas na Selic, iniciado em março de 2021, lembra o Infomoney.
Apesar de pressões do governo e de economistas para que a taxa seja reduzida, havia unanimidade no mercado de que a taxa de juros seria mantida no atual patamar, ao menos na reunião concluída nesta quarta-feira (22). O setor produtivo reclamou da manutenção do percentual.
No comunicado que acompanha a decisão, o Copom afirma que o ambiente externo se deteriorou desde a reunião de fevereiro, fazendo alusão ao fechamento dos bancos regionais dos Estados Unidos e a crise de liquidez do Credit Suisse.
“Os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento”, diz o texto.
O Copom diz ainda que, em paralelo, dados recentes de atividade e inflação globais se mantiverem resilientes e observa que a política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abraimv) entende que o Banco Central precisa reduzir a taxa Selic, pois os juros altos são entraves ao desenvolvimento econômico do Brasil e podem prejudicar a geração futura de emprego.
Mesmo nos atuais patamares da Selic, a Abrainc destaca que a principal fonte de financiamento para compradores de imóveis de baixa renda é o FGTS, que não é influenciado pela Selic. Dessa forma, com a implantação do novo Minha Casa, Minha Vida temos boas perspectivas de aumento de produção para esse segmento.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Na avaliação da instituição, o cenário atual indica que o Copom já deveria ter reduzido a Selic nesta reunião.
A CNI espera que esse processo de redução da Selic se inicie na próxima reunião. A Confederação acredita que a manutenção da taxa de juros é, neste momento, desnecessária para o combate à inflação e apenas traz custos adicionais para a atividade econômica.