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MP da reestruturação: novo problema para o governo

Lula da Silva candidato Misto Brasília

Lula da Silva é o presidente da República do Brasil/Arquivo

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O tempo é escasso para as negociações tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal

Por André César – SP

O governo Lula (PT) já enfrenta dificuldades de monta, é do conhecimento geral. Novo arcabouço fiscal sofrendo alguma resistência, reforma tributária em um momento de rearranjo dos trabalhos, CPI do MST no horizonte são apenas alguns.

Outro imbróglio veio à tona para dar mais uma dor de cabeça ao Planalto.



Trata-se da chamada MP da Reestruturação, que trata do redesenho dos ministérios e da máquina pública federal e é fundamental para o governo. Das primeiras medidas apresentadas pela nova gestão, ela tem como relator o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e perderá a validade no primeiro dia de junho.

Ou seja, o tempo é escasso para as negociações tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal.

Mas não é somente isso. Partidos aliados, como o PSD, o MDB e o União Brasil (essa, uma legenda de menor fidelidade que enfrenta crise de identidade com a gestão Lula) trabalham para alterar significativamente o mérito da proposta. O objetivo é claro – conter o predomínio do PT na atual administração. Os limites da “Frente Ampla” se apresentam mais uma vez.



Entre os pontos passíveis de mudança estão a transferência do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), hoje na Casa Civil comandada pelo petista Rui Costa, para o ministério do Planejamento, comandado por Simone Tebet (MDB). Potencial revés para o presidente Lula.

E tem mais. Está no radar a possível transferência da Conab do ministério do Desenvolvimento Agrário, comandado pelo petista Paulo Teixeira, para a Agricultura, chefiada por Carlos Fávaro (PSD). Derrota do MST, vitória dos ruralistas.



Também está na mira acabar com a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia, criada sob o guarda-chuva da AGU para representar o governo no combate à “desinformação sobre políticas públicas”.

Há ainda outros pontos em discussão. Aqui, duas observações. Primeiro, reforça-se novamente a percepção de que a articulação política do Planalto não é eficiente. Segundo, o hegemonismo do PT está sendo colocado em xeque.

Lula e seus aliados precisam encontrar uma solução urgente para o caso. Do contrário, o governo pode começar a esfarelar. Simples assim.


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