Numa entrevista a um jornal italiano, o presidente também comentou sobre as relações com a China
Por Misto Brasília – DF
Uma vitória militar na guerra na Ucrânia é impossível, e as partes devem alcançar a paz o mais rápido possível. Essa opinião foi expressa pelo presidente do Brasil, Lula da Silva, em uma entrevista ao Corriere della Sera, publicada nesta quarta-feira (21).
Ele chegou à Itália em visita oficial para se encontrar com o presidente Sergio Mattarella, a primeira-ministra Giorgia Meloni e o Papa Francisco no Vaticano.
Em entrevista exclusiva ao Corriere della Sera, Lula da Silva fala sobre paz na Ucrânia, relações com a China, perspectivas comerciais com a Itália e o Brics.
“Ambos os países [Rússia e Ucrânia] acham que podem ganhar em termos militares, eu discordo. Acho que muito poucas pessoas falam sobre paz. Preocupa-me que, quando tantas pessoas no mundo sofrem de fome, tantas crianças sem comida, em vez de procurar soluções para o problema de desigualdade, estejamos envolvidos na guerra. É extremamente importante que a Rússia e a Ucrânia encontrem um caminho comum para alcançar a paz”.
Durante a entrevista, Lula da Silva também abordou o tema das relações com a China, observando que o Brasil não tem problemas com nenhum país do mundo e apontando um excelente relacionamento com a China.
“O meu diálogo com a China sempre foi positivo e direcionado para uma maior paz, harmonia, crescimento do comércio e cooperação no mundo. A China é tão importante que a Itália já aderiu à Nova Rota da Seda, à qual o Brasil ainda não aderiu”.
“Acreditamos que um mundo multipolar é melhor que uma supremacia unipolar ou uma disputa bipolar. A criação de diferentes redes, de diferentes acordos entre países, pode ajudar a equilibrar e contrabalançar tendências e tensões contrastantes”.
Lula observou as boas relações com a Itália que têm uma longa história de colaboração em comércio e investimento. Ele lembrou que há cerca de 1.400 empresas italianas no Brasil e 20 grandes empresas brasileiras na Itália.
“Queremos expandir a produção de energia solar e eólica, o potencial do Nordeste brasileiro é enorme. Podemos ser um grande produtor de hidrogênio verde, com a capacidade de apoiar o mundo na transição energética”, concluiu.