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Lula da Silva voltou a acusar Israel e classificou o conflito como genocído

Faixa de gaza prédios destruídos bombardeios Misto Brasília

Prédios destruídos na Faixa de Gaza por bombardeios israelenses/Arquivo/Reprodução vídeo

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Responsabilizou o governo de Israel pela matança que, segundo dados do governo da Faixa de Gaza, vitimou 30 mil civis

Por Misto Brasil – DF

O presidente Lula da Silva voltou a falar publicamente sobre a guerra de Israel na Faixa de Gaza, dias após a repercussão de uma entrevista em que ele comparou as ações militares israelenses no território palestino ao Holocausto contra judeus da Segunda Guerra Mundial.

A fala provocou uma crise diplomática com Israel. Na Câmara dos Deputados, a oposição pediu o impeachment do presidente.

Ao discursar no lançamento do programa Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (23), o presidente voltou a defender a criação de um Estado palestino, classificou o conflito militar como genocídio.

E responsabilizou o governo de Israel pela matança que – segundo dados do governo da Faixa de Gaza, liderado pelo Hamas – já vitimou quase 30 mil civis, principalmente mulheres e crianças palestinas.

“Quero dizer para vocês, agora, eu não troco a minha dignidade pela falsidade. Quero dizer a vocês que sou favorável à criação do Estado Palestino livre e soberano. Que possa, esse Estado Palestino, viver em harmonia com o Estado de Israel. E quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”.

“Não tentem interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia, leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel”.

“São milhares de crianças mortas e desaparecidas. E não está morrendo soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio”.

Fez referência à declaração concedida no último domingo, em Adis Abeba, na Etiópia, quando comparou a ação de Israel em Gaza ao que Adolf Hitler tinha promovido contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.

Na ocasião, o comentário fez o governo de Israel declarar Lula da Silva persona non grata no país. Em resposta, o governo brasileiro convocou de volta ao país o embaixador em Tel Aviv “para consultas”. Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou o chanceler do governo israelense, Israel Katz, por declarações dadas nos últimos dias sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente ainda afirmou que o governo brasileiro trabalha para uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que inclua representações permanentes de países da América Latina, da África, da Índia e outras nações.

Ele ainda criticou os vetos do governo dos Estados Unidos às resoluções da ONU para um cessar-fogo em Gaza e, sem citar nomes, chamou de “hipócrita” a classe política pela inação diante dos conflitos em curso, anotou a Agência DW.

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