É ausada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, ela afeta, principalmente, os pulmões, mas pode se estender para outros órgãos
Por Misto Brasil – DF
O Brasil é o país das Américas que mais registra casos de tuberculose. Em 2021, pouco mais de 91 mil casos foram registrados. Em 2022, o número chegou a 103.766 mil pessoas, segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde.
Para lembrar e advertir sobre o perigo dessa doença, neste domingo (24) será celebrado o Dia Mundial da Tuberculose. A doença é infecciosa e que, caso seja pulmonar, é transmissível.
É ausada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, ela afeta, principalmente, os pulmões, mas pode se estender para outros órgãos.
Entre os principais sintomas está a tosse, que pode ser seca ou com secreção e durar mais de três semanas. Perdas de peso e apetite, febre, fraqueza e suor noturno também podem acompanhar.
Esses sintomas foram os mesmos que a psicóloga Dâmaris Cristo teve há 24 anos.
“Começou com febre, sudorese noturna, muito cansaço e perda de apetite. Quando procurei a unidade de saúde, fui diagnosticada com pneumonia e medicada, mas logo percebi que os sintomas estavam piorando e eu comecei a emagrecer, além do cansaço ter aumentado bastante, assim como a febre e a sudorese”.
Após seis meses, Dâmaris conseguiu se consultar com um especialista, quando foi diagnosticada com tuberculose e encaminhada para o Sistema Único de Saúde (SUS), iniciando o tratamento com medicações, que durou um ano.
“Logo quando eu tive o diagnóstico, o médico falou que tinha uma calcificação no meu pulmão esquerdo, que segundo ele não é reversível”, lembra.
A pneumologista dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Stella Bozza Kapp, disse que “os pacientes que tiveram tuberculose podem desenvolver a doença pulmonar pós-tuberculose, que é caracterizada por vários graus de sequelas pulmonares funcionais e estruturais
É o caso das bronquiectasias (distorção dos brônquios), fibrose, espessamento pleural e diminuição da função pulmonar. Essas alterações aumentam o risco de contrair outras doenças infecciosas pulmonares, incluindo as causadas por bactérias, vírus e fungos.
A médica ainda explica sobre os sintomas crônicos que podem se manter mesmo após a cura da doença.
“Os pacientes podem desenvolver sintomas respiratórios crônicos, como tosse e falta de ar persistente, além de redução da capacidade de exercício e da qualidade de vida”. Há pessoas que possuem a tuberculose latente, onde não há sintomas ou transmissão, e a bactéria fica inativa durante anos.
Por ter sintomas parecidos com os de outros microorganismos, o diagnóstico da tuberculose torna-se mais difícil.
De acordo com a pneumologista, a doença pode ser confundida com outras, como: silicose (doença causada pela inalação de pó de sílica), infecções fúngicas, neoplasias (principalmente câncer de pulmão), infecções bacterianas, outras micobacterioses, doenças autoimunes, embolia pulmonar, entre outras, como foi o caso de Dâmaris.
O tratamento, que é gratuito e oferecido pelo SUS, pode durar de seis meses a um ano. O esquema recomendado pelo Ministério da Saúde é composto por quatro medicamentos (comprimidos), sendo a rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.