Ícone do site Misto Brasil

Ativo intangível e ecobranding

Ipê-roxo periquito DF Misto Brasília

Á preservação de áreas de proteção é importante para a manutençào da fauna/Arquivo/Agência Brasil

Compartilhe:

A economia ecológica busca na integração de várias ciências a base para compreender a relação entre esses sistemas

Por Charles Machado – SC

A sustentabilidade da vida no planeta que habitamos é uma responsabilidade coletiva, e de maneira alguma pode ser vista como um peso em nossas rotinas, mas sim um roteiro de manutenção da nossa vida e das próximas gerações. Esse despertar coletivo em acompanhado de muitos conceitos econômicos que evoluíram na construção da nova economia.

Um deles é o que se chama de “Economia Ecológica” é ela que adota como linha de estudo, a necessidade de compreender as relações entre os sistemas naturais e econômicos de uma maneira ampla e transdisciplinar, através da síntese e integração das perspectivas de diferentes disciplinas.

Como falar em veículos elétricos sem pensar no regramento do direito de construir e a instalação mais do que obrigatória de pontos de recarga ou de unidades geradores de energia fotovoltaica?

Como destaca José Julio Ferraz de Campos Jr, na sua obra “Introdução à Economia Ambiental, Economia Ecológica e Valoração Econômica”.

Se, por um lado, a economia do meio ambiente busca unificar na teoria neoclássica, o meio ambiente e a economia. A economia ecológica busca na integração de várias ciências a base para compreender a relação entre esses sistemas.

Mais que buscar uma abordagem econômica, ela está preocupada com políticas de desenvolvimento que preservem a inter-relação entre o homem e a natureza, onde o meio ambiente e a economia estão profundamente integrados, evoluindo conjuntamente e de forma interdependente.

Enquanto a economia neoclássica busca entender como o meio ambiente pode ser utilizado para maximizar o bem-estar, ignorando as conseqüências futuras, a economia ecológica assume que a sociedade é dependente do meio ambiente para sua sobrevivência, co-evoluindo e se co-adaptando como meio natural.

As conseqüências futuras das ações do homem hoje são consideradas de relevante importância e atribuindo-lhe o papel não de usuário, mas de administrador do meio ambiente.

Logo é dever da sociedade gerenciar o meio ambiente da forma mais adequada possível, preocupando-se em como o bem-estar humano pode ser atingido sem prejudicar os sistemas naturais. A linha mestra da economia ecológica é a busca pela sustentabilidade entre as atividades econômicas e o meio ambiente.

Ao contrário da sustentabilidade fraca da economia neoclássica, aqui se adota o conceito da sustentabilidade forte, para a qual o capital artificial não é substituto do capital natural, mas um complemento deste, não podendo ter existência independente.

A sustentabilidade forte favorece um estilo de vida mais atento à dependência que a humanidade tem do mundo natural, cuja preservação é fundamental para a manutenção das atividades econômicas. Nela, a situação ideal de interação homem /natureza é aquela na qual o meio ambiente possa se manter, permitindo que o homem possa continuar a usá-lo indefinidamente.

A sustentabilidade entre os sistemas naturais e econômicos pode ser atingida se a exploração dos recursos naturais renováveis for inferior a sua capacidade de regeneração e o aporte de rejeitos no meio ambiente estiver de acordo com a capacidade deste em absorvê-los, demandando, assim, um abrangente e profundo conhecimento do funcionamento do meio ambiente, incluindo as atividades econômicas.

Movidos por essa necessidade, em reduzir seu impacto no meio ambiente o departamento de marketing trabalha de forma cada vez mais intensa, com ações que demonstram a opção pelo ecobranding procurando garantir que a imagem da marca seja orientada para o respeito ao meio ambiente, e dessa forma ampliar o valor do capital intangível do negócio.

Algumas ações, por exemplo, podem ser pequenas, mas são pela economia de escala significativas, como redesenhar a logomarca de forma a reduzir o uso de tinta para impressão. Algo que marcas como McDonald’s, Coca-Cola e Nike já fizeram.

Isso pode se traduzir em uma redução significativa do impacto ambiental levando em conta a quantidade, por exemplo, de copos com logotipo que o McDonald’s coloca no mercado diariamente.

Em alguns casos ao se reduzir a paleta de cores para minimizar o peso dos arquivos digitais e, assim, reduzir o uso de tintas durante a impressão, permitindo que até 83% menos tintas sejam usadas.

Esse é apenas um pequeno exemplo que pode ser mensurado pela escala global dessas marcas, e quanto um pequeno gesto gráfico pode impactar o meio ambiente.

Pense em quantos outros passos podem ser dados na construção desse ativo intangível que colabore com a vida no planeta?

Sair da versão mobile