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Ministra pede ações de Portugal para reparar os crimes durante a era colonial

Anielle Franco ministra Igualdade Racial Misto Brasília

Posse da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco/Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil

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Anielle Franco observou que bens foram saqueados e não foram devolvidos e citou ainda o tráfico de escravos praticado pelos portugueses

Por Misto Brasil – DF

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, pediu nesta quarta-feira (24) “ações concretas” por parte de Portugal após o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, sugerir que o país europeu considere pagar reparações por crimes cometidos durante a era colonial, como o tráfico de escravos.

Em um evento com jornalistas estrangeiros na noite de terça-feira, Rebelo de Souza disse que Portugal “assume total responsabilidade” por erros do passado e que crimes cometidos durante a era colonial tiveram “custos”. “Temos que pagar os custos”, afirmou.

“Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso.”

“É realmente muito importante e contundente essa declaração”, afirmou Franco ao portal g1. “Pela primeira vez a gente está fazendo um debate dessa dimensão a nível internacional“, disse a ministra, acrescentando ainda que tais declarações são “fruto de séculos de cobrança da população negra”.

Ela sublinhou que “essa declaração precisa vir seguida de ações concretas, como o próprio presidente [de Portugal] parece estar ali comprometendo-se a fazer”.

“Nossa equipe já está em contato com o governo português para dialogar sobre como pensar essas ações e a partir daqui quais passos serão tomados.”

Em abril de 2023, Rebelo de Sousa já havia defendido que Portugal devia um pedido de desculpas e assumir a responsabilidade pela exploração e pela escravidão no período colonial.

“Não é apenas pedir desculpa – devida, sem dúvida – por aquilo que fizemos, porque pedir desculpa é às vezes o que há de mais fácil, pede-se desculpa, vira-se as costas, e está cumprida a função. Não, é o assumir a responsabilidade para o futuro daquilo que de bom e de mau fizemos no passado”, defendeu.

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