Para quem não viveu aquele período e nem faz ideia do que era a hiperinflação, é bom lembrar que chegava a 2.500%
Por Luiz Carlos Hauly – PR
Nos meus 50 anos de vida pública tive a honra de atuar em momentos decisivos da vida nacional. Além da aprovação recente da reforma tributária, destaco também a importância decisiva, há 30 anos, da implantação do Plano Real.
Como deputado, defendi com tanta intensidade esse projeto que veio para estancar a hiperinflação e dar ao País estabilidade econômica, na ocasião acabei sendo esmurrado por um parlamentar petista. Guardo essa agressão como uma condecoração de batalha, pois tinha certeza de que estava lutando pelo bem do Brasil.
Para quem não viveu aquele período e nem faz ideia do que era a hiperinflação, é importante lembrar que no final dos anos 80 e início dos anos 90, a inflação anual chegou a ultrapassar 2.500%.
Então, no governo do presidente Itamar Franco, em 1994, quando o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (liderando brilhantes economistas) lançou as bases do Plano Real, imediatamente abracei a defesa dessa causa, acreditando que seria a redenção econômica do Brasil, como de fato aconteceu.
Inédita, a engenharia econômica que foi arquitetada a criar a nova moeda era de difícil compreensão. Aproveitando-se, os líderes do PT não cansavam de denunciar que era apenas mais um plano eleitoreiro. À medida que os resultados positivos começaram a aparecer, as críticas alopradas da oposição começaram a ficar sem efeito.
A inflação é um imposto perverso, ela corrói o salário do trabalhador, diminui o poder de compra das famílias e transforma num manicômio o planejamento econômico das pessoas, das empresas e dos governos.
Vou citar apenas um dado para comparar a importância do Plano Real: em 1993, segundo dado oficial do governo, a inflação atingiu 2.477%; em 2023, 30 anos depois, a inflação anual fechou em pouco mais de 4%.
A absurda diferença entre a inflação de 1993 e a de 2023 mostra, de forma muito clara, a enorme contribuição que a estabilidade da moeda deu para o crescimento do Brasil nessas últimas três décadas.
Felizmente, a população brasileira valoriza a importância do Plano Real. Pesquisa recente divulgada pelo Observatório Febraban revela que, 71% dos brasileiros reconhecem que “o Plano Real continua importante, pois lançou as bases para uma economia mais sólida e estável”.
Como propositor de um projeto pioneiro aprovado recentemente no Congresso, acredito que a reforma tributária irá proporcionar outro grande salto no avanço da economia brasileira. Aliás, após a adoção da Reforma Tributária, o Brasil terá outra economia.
(Luiz Carlos Hauly é deputado federal eleito pelo Paraná e economista tributário)