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Entrevista – ex-presidente Bolsonaro diz que anistia é questão humanitária

Jair Bolsonaro presidente Misto Brasília

Bolsonaro é ex-presidente da República e teve os direitos políticos cassados/Arquivo/Reprodução

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Ele passou pelo Senado hoje e participa das negociações para as eleições das Mesas Diretoras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados

Por Misto Brasil – DF

O ex-presidente Jair Bolsonaro passou hoje (29) à tarde no Senado Federal. Foi negociar junto com alguns líderes do partido a proposta de anistia dos condenados pela invasão e suposta tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

O líder do PL no Senado Rogério Marinho (RN) disse também que Bolsonaro veio conversar também sobre a sucessão da presidência da Casa.

“Amanhã nós vamos ter uma nova reunião aqui com a bancada, aí sim vamos tomar uma decisão e também da bancada de deputados federais”.

A entrevistado ex-presidente foi concedida aos jornalistas que cobrem o Senado, na chamada “quebra queixo”, quando vários jornalistas perguntam ao entrevistado.

Presidente, a anistia foi discutida?

A anistia está sempre nas pautas nossas, né? Nós entendemos, como cada vez mais tem um volume de parlamentares que entendem da mesma maneira, até corroborando com o ministro Zé Mussolini que o Rio de Janeiro não foi uma tentativa de golpe, muito menos armada, muito menos pessoas unidas que iriam mudar o Estado Democrático de Direito. Então a anistia é o remédio para isso aí.

A gente vai buscando cada vez mais porque tem muita gente inocente, tem gente que tem seis filhos que estão presos, molecada menor de idade. É uma questão humanitária a anistia, a gente tem isso aí. Então está sempre na pauta, a gente conversa.

E é uma coisa fora de partida, essa é a questão do coração de cada um. Mas é uma condição para apoiar a candidatura do Alcolumbre [senador Davi Alcolumbre], por exemplo? Não tem condição. Ninguém aqui está aqui para esconder a verdade de vocês.

Nós sabemos da força do Alcolumbre que ele deve ser o presidente do futuro. Nós, em 23, jogamos com o Marinho, perdemos e não temos espaço na mesa nem em comissões. (1:42) Então a gente está quase como um zumbi aqui dentro, com todo o respeito ao trabalho que a bancada do PL e outros que apoiaram o FASA.

E nós temos que participar da mesa e de comissões.

O senhor vê esse projeto de legislação como um caminho para o senhor ficar elegível? Para a sua elegibilidade?

Primeiro, quando você fala em elegibilidade, por que questão elegível? Um, porque me reunir com embaixadores. Aí seria o abuso de poder político.

Eu ganho algum voto nessa reunião? Não tem nada com isso aí, muito pelo contrário. Lógico que poder discutir com vocês o que foi tratado nessa reunião. O outro, abuso de poder econômico.

Quem pagou o carro de som no 7 de setembro de 1922 foi o Silas da Malafaia. Eu não participei nada economicamente, nem eu e nem o governo. Então é julgamento político que a gente vai buscar uma maneira de fazer isso aí.

Presidente, ontem na fala do Valdemar [Valdemar Costa Neto, do PL], ele disse que se não conseguisse aprovar essa anistia, haveria uma conversa com o ministro do Supremo para tentar rever as condenações. O senhor acha que seria uma outra repente também?

A prioridade nossa é o pessoal que está preso. Eu sou o segundo plano.

Não posso conversar com o Valdemar. Então, se eu pudesse, muitas coisas que acontecem e há um certo atrito, não teria ocorrido. Mas infelizmente, não podemos conversar.

Presidente, o negócio do Hugo Motta [deputado] foi discutido?

Está sendo discutido. Ontem (28), eu conversei com o Lira [Arthur Lia, presidente da Câmara] Não há mistério para ninguém.

Conversamos também sobre a criação de uma comissão por causa dos enteados. Conversei com a Carol de Toni, com o Valadares, que é o relator. A gente vai conversando com todo mundo, acredito, nos próximos dias.

Talvez até amanhã temos uma alternativa para tudo isso aí.

O senhor apoia o Hugo Mota?

 Olha, quem vai apoiar é a bancada da Câmara. Tem que conversar com eles. A reunião é amanhã. (30) Eu, pessoalmente, não tenho peso, mas eu não quero impor nenhum dos três nomes para a bancada.

Mas o Alcolumbre que está certo?

 É o Columbre. Hoje em dia, o quadro é o Alcolumbre. Temos alternativa.

Presidente, o senhor não acha que a criação da comissão especial é uma forma de enterrar a anistia?

Não, muito pelo contrário. O que acontece? Não adianta você aprovar por 200 a 0 ou 500 a 0 na comissão se o dono da pauta para o plenário é o nosso Arthur Lira Então, o Arthur Lira não está impondo nada para mim nem eu para ele.

E, como uma coisa, ele conversamos também, não estava comigo, porque eu não posso conversar com as outras pessoas. É que uma das alternativas é a criação da comissão. O que o pessoal pretende ao criar a comissão? Trazer para cá os órfãos de paz vivo.

Vocês vão ficar chocados. Mesmo que por ventura seja contra a anistia, quando, por exemplo, eu trouxer para cá o que está previsto, né?  Já estamos conversando. Seis filhos de oito anos para baixo do mesmo homem que está com 17 anos de cadeia, vocês vão se emocionar com isso aí, tá? 

Teve um quebra-quebra aqui, pelo que tudo indica,  foi feito antes da entrada do pessoal que estava acampado. Aconteceu essa confusão toda. O próprio Nelson Jobim [ex-m,inistro do STF] falou também, depois voltou atrás, que foi um quebra-quebra, algo que todos nós aí condenamos, mas ninguém tentou dar golpe no Lula [presidente Lula da Silva].

Se tivesse tentado dar golpe, seria antes de tomar a posse, não depois de tomar a posse.

O senhor concorda com a comissão especial? Acha que isso não vai atrapalhar a votação?

Lógico, cada segundo que aquelas pessoas estão presas é uma eternidade, tá? Mas é o caminho que nós temos para… E comprometeu em votar? É o caminho que nós temos para buscar alternativa. Bem, acabando o trabalho das comissões,  se conseguirmos cumprir os prazos, dá para ser votado esse ano ainda.

Presidente, mas o senhor condicionou o apoio para a comissão?

Não, não tem condição, não há nenhuma. (5:21) Tem os apoios, também não vou enganar você, a gente faz tete a tete. Não tem nada escrito, a gente passa para fora, tá certo? O que a gente quer é solução.

Nós não queremos poder,  nós queremos solução. E o mais importante para mim, para o Marinho [senador Rogério Marinho], que estou na certeza também, é botar em liberdade essas pessoas que estão presas.

Senhor presidente, o senhor é um nome para uma eleição na eleição de 2026?

Ricardo Nunes [prefeito reeleito de São Paulo], no domingo, no discurso de Vitória, disse que o nome do governador de São Paulo é o nome do presente e do futuro. Está passando um aceno como candidato lá em 2026.

O senhor entende que, em caso o senhor ainda estiver inelegível, ele seria o nome?

Hoje eu conversei com ele rapidamente, e tem um vídeo mais recente depois desse,  ele dizendo que o candidato para 2026 é o Jair Bolsonaro.

 

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