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Brasil pode mais do que dobrar a exportação de carne

Pecuária Granja do Torto DF

As atividades econômicas do agronegócio tiveram queda no PIB/Arquivo/Andre Borges/Agência Brasília

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Isso pode acontecer com a formalização do acordo comercial entre o Mercosul e os países da União Europeia

Por Misto Brasil – DF

O Brasil pode mais do que dobrar a exportação de carne bovina à União Europeia (UE) a partir da formalização do acordo de livre comércio entre o bloco econômico europeu e o Mercosul. A estimativa, ainda preliminar, é da consultoria Agrifatto.

“Hoje, exportamos 5% do nosso volume para a Europa, e esse número pode chegar a 12% ou 13% com o acordo”, afirmou a CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel, conforme registrou o Estadão.

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Pelo acordo, o Mercosul poderá exportar 99 mil toneladas de carne bovina peso carcaça para a UE, sendo 55% do volume na forma resfriada e 45% congelada, com alíquota de 7,5%.

Esse volume será alcançado em seis etapas crescentes. Além disso, a Cota Hilton, que atualmente permite a exportação de 10 mil toneladas com alíquota de 20%, será isenta assim que o acordo entrar em vigor.

Grande parte dessa nova cota deve ser ocupada pelo Brasil. Segundo Pimentel, o país já atende 86% da demanda europeia e deve manter essa posição de liderança no Mercosul.

“O Brasil tem plena condição de atender à nova cota, mesmo com as exigências impostas”, divulgou o InfoMoney.

A CEO destacou que a assinatura do tratado, aguardada há mais de três décadas, promete vantagens comerciais ao setor pecuário brasileiro e à indústria de proteínas, mas traz também desafios regulatórios.

Entre os pontos sensíveis, está o desmatamento legal, frequentemente mal interpretado no exterior, segundo Pimentel.

“Quando dizem que o desmatamento de 2021 para frente não será aceito, parece que o Brasil queria desmatar indiscriminadamente”.

“Mas temos uma legislação extremamente exigente, que prevê limites claros, como manter 80% de áreas preservadas na Amazônia”, comentou, criticando o que classificou como protecionismo europeu.

“Essas regras ferem a soberania, porque colocam limitações aqui que eles mesmos não seguem. Nós aceitamos, mas é um país estrangeiro legislando sobre o Brasil”, afirmou.

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