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Parceria com a China pode ser cartada mais importante do Brasil

Lula da Silva e Xi Jinping Brasil visita Brasil China Misto Brasil

Lula da Silva recebe o presidente da China, Xi jinping em Brasília/Arquivo/Ricardo Stuckert/PR

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É a avaliação de especialistas em entrevistas à imprensa sobre temas como ambiente e novas tecnologias

Por Misto Brasil – DF

Em entrevista à Sputnik Brasil, analistas afirmam que, embora ainda dependa de combustíveis fósseis, a China vem liderando os investimentos na transição energética, e que a parceria com Pequim pode ser “a cartada mais importante” do Brasil na busca pelo protagonismo na agenda climática.

O presidente dos EUA, Donald Trump, proibiu a participação de cientistas norte-americanos na primeira reunião do ano do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), principal órgão das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, ocorrido na China, no final de fevereiro.

Foi a primeira vez que cientistas estadunidenses ficaram fora do evento.

A ação foi vista como um prenúncio da ausência e da total indiferença dos EUA, sob a gestão Trump, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), marcada para novembro, em Belém, Pará. O evento é uma das apostas do Brasil na busca pelo protagonismo da pauta climática.

À Sputnik Brasil, especialistas analisam como o afastamento dos EUA pode impactar na agenda brasileira e se parceiros do BRICS poderiam reverter um possível esvaziamento da conferência.

Carlos Milani, professor titular de relações internacionais no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador do Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas da universidade, afirma que o governo Lula 3 é bastante diferente dos dois mandatos anteriores.

Ele tenta tensionar ao máximo as contradições provocadas na perspectiva das injustiças ambientais e climáticas que existem no modelo de desenvolvimento econômico brasileiro.

Porém, ele considera que a grande dificuldade que o governo terá para liderar a agenda climática na COP-30, em Belém, é o fato de que o Brasil se confronta com dois tipos de contradição, uma interna e outra externa.

“As contradições lá fora dizem respeito à manutenção dos investimentos em economia fóssil, mesmo em países que têm um compromisso forte com a agenda climática multilateral, como os países da União Europeia. Veja o caso da Alemanha, que voltou a carvão e gás para poder recuperar um pouco de pujança econômica e industrial, dada a crise provocada pelo suprimento de gás pela Rússia em função do conflito russo-ucraniano”.

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