A convocação partiu do presidente português depois da dissolução do Parlamentou e após desconfianças do primeiro-ministro
Por Misto Brasil – DF
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o Parlamento do país e convocou eleições legislativas antecipadas para 18 de maio, após a queda do governo do primeiro-ministro Luís Montenegro (centro-direita).
Em discurso no Palácio de Belém, sede da Presidência, Rebelo de Sousa disse que a data era a preferida pela maioria dos partidos e lembrou que essas serão as terceiras eleições em quatro anos, eleições que “ninguém esperava e, sobretudo, ninguém queria”.
O chefe de Estado lembrou que, “inesperadamente”, entre fevereiro e março, surgiu no país uma “crise aparentemente política, como tantas outras” que Portugal já superou no passado.
Rebelo de Sousa fez a convocação depois de o Parlamento ter rejeitado, na terça-feira (11), uma moção de confiança – instrumento usado para medir se o governo tem apoio parlamentar. Foram 142 votos contra 88 para rejeitar a moção.
As principais siglas de oposição — o Partido Socialista, de centro-esquerda, e o Chega, de extrema direita — tiveram papel decisivo na derrota para o governo.
A moção de confiança foi apresentada pelo próprio Montenegro na semana passada, após a oposição questioná-lo sobre os negócios envolvendo uma empresa fundada pelo premiê.
A oposição acusa Montenegro de ter se valido de sua posição de primeiro-ministro para beneficiar empresa Spinumviva, com pagamentos mensais de 4.500 euros (cerca de R$ 28 mil) de uma operadora de cassinos, a Solverde, que atua sob concessão do Estado.
Montenegro negou qualquer irregularidade e afirma que colocou o controle da empresa totalmente nas mãos de sua esposa e filhos em 2022. Ele já disse anteriormente que continuará sendo o candidato do Partido Social Democrata (PSD),
No seu discurso nesta terça-feira, Rebelo de Sousa abordou a crise, afirmando que não se trata “apenas um embate jurídico ou político, é sobretudo um embate de juízo ético ou moral sobre uma pessoa (o primeiro-ministro) e sobre a sua idoneidade”.
“Não foi possível chegar a um acordo entre as duas posições; não se pode, ao mesmo tempo, confiar e desconfiar ética ou moralmente de uma pessoa, neste caso o primeiro-ministro e, portanto, o governo”, explicou. Portanto, diante dessa situação, segundo o presidente, “não havia meio-termo”, registrou a Agência DW.