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Endividamento das famílias brasileiras atingiu 49,3%

Banco correspondente bancário Misto Brasília

O custo de empréstimos tem aumento com os juros altos/Arquivo/CassMe

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O acesso facilitado via bancos digitais e novos aparatos jurídicos explicam o fenômeno. O custo para o consumidor também disparou

Por Misto Brasil – DF

O endividamento das famílias brasileiras atingiu 49,3% em outubro, segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta sexta-feira (26).

Enquanto o estoque total de crédito no país alcançou a marca histórica de R$ 7 trilhões, o custo para o consumidor também disparou: a taxa média de juros para pessoas físicas subiu para 59,4% ao ano, o maior nível desde 2017.

Segundo o especialista em crédito e riscos Jorge Azevedo, o acesso facilitado via bancos digitais e novos aparatos jurídicos explicam o fenômeno, informou o InfoMoney.

“Essa relação de crédito sobre o PIB tende a aumentar. No Brasil, estamos em patamares próximos a 60%, mas em países como os EUA chega a 180%”, compara Azevedo.

Ele ressalta que o endividamento não é inerentemente ruim, desde que seja “dívida boa” — aquela que gera renda, como o financiamento de um veículo para trabalho.

Entre essas facilidades e novas regras jurídicas, está o empréstimo consignado aos trabalhadores com carteira assinada (CLT), microempreendedores individuais (MEI) e trabalhadores de aplicativo por meio do programa Crédito do Trabalhador.

Um estudo do Banco Daycoval aponta que essas concessões de crédito tiveram um disparo de 257% no ano. Antes, a concessão média estava em R$ 1,6 bilhão e, agora, saltou para mais de R$ 6 bilhões mensais.

E os juros não param de subir. Em 12 meses, a variação de juros deste tipo de empréstimo foi de 18%. A projeção do Banco Central é de que os juros praticados em novembro estiveram na média de 57,1% neste tipo de empréstimo.

O grande motor desse avanço é o crédito consignado para trabalhadores do setor privado, MEIs e motoristas de aplicativo. Beneficiados pelo programa Crédito do Trabalhador, que foi lançado em março desde ano, o volume mensal de concessões saltou de R$ 1,6 bilhão para mais de R$ 6 bilhões, um salto de 257% no ano, conforme aponta estudo do Banco Daycoval.

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