Somente daqui a um mês, no dia 12 de setembro, é que vai acontecer a sessão na Câmara que dará fim a um dos mais polêmicos processos de cassação de parlamentar. É nesta data que será possível ver se quase metade dos deputados está sob a influência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A marcação da data pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), transforma a decisão numa grande pergunta. Até que ponto o presidente interino Michel Temer (PMDB) estaria receoso das ameaças e delação de Cunha à Justiça Federal.
A sessão de cassação que colocará à prova o relaório vai ocorrer duas semanas após o julgamento definitivo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado Federal. O julgamento deve ocorrer entre 25 e 29 de agosto. Para quem acha que uma coisa não tem nada com a outra, está sujeito a ser atropelada pelos fatos.
O processo de cassação de Cunha ficou pronto para ser levado ao plenário antes do recesso parlamentar de julho.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) acredita que “isso leva à conclusão de que o Planalto e uma parte da Câmara tem medo de Cunha. É um misto de covardia e conivência. Parecem temer de que ele pode vir a delatar após sua cassação”.