Texto de Magno Martins
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) já está com sua carta aos senadores pronta. Ela manteve a palavra golpe em alguns trechos, ignorando a orientação do ex-presidente Lula.
Para Lula, o termo só vai contribuir ainda mais para consolidar a derrota que Dilma terá na votação em plenário, já marcada para o próximo dia 25. Pelas projeções, 61 ou 62 senadores são votos assegurados para apeá-la do poder.
“Eu não sou Getúlio. Não sou Jango. Não sou Collor. Não vou me suicidar. Não faço acordo. Não renuncio. Os nossos adversários terão de assumir que não passam de um bando de golpistas que não respeitam a vontade soberana do povo brasileiro”, diz um dos trechos da carta, que vai entrar para a história, não como a carta de despedidas de Getúlio, que deu um tiro no peito e suicidou-se.
Será, na verdade, o último cartucho para tentar reverter um jogo no Senado cujas cartas já estão definidas. A carta está dividida em duas partes, uma delas sendo uma espécie de carta-documento, para ficar como registro “para a história”. Essa parte deve ser divulgada apenas no dia de seu afastamento definitivo, caso ele ocorra. Será “uma espécie de carta-testamento, como foi a que Getúlio Vargas deixou ao se suicidar, em 1954”.