Feyisa Lillesa é da Etiópia, país de extrema pobreza do extremo oriente do continente africano, ficou conhecido no domingo ao ficar em segundo lugar na prova mais tradicional da Olimpíada, a maratona.
Ao receber a medalha de prata, Feyisa criticou o governo do seu país, que sustenta sob a máscara de uma democracia faz-de-conta. Chegada a hora de voltar, o atleta se recusa a sair do Brasil.
“Talvez em fique aqui”, diz. “Se eu conseguir outro [visto] talvez eu vá para os Estados Unidos”, acrescentou.
O medalhista fez um gesto — os braços cruzados acima da cabeça -associado com os oromo, grupo étnico a que pertence, que sofre com as autoridades policiais. Lilesa fez o gesto duas vezes: primeiro poucos metros depois de ter cruzado a linha de chegada e depois durante a coletiva de imprensa.
“A situação dos oromo na Etiópia é muito complicada”, disse o atleta ao El Pais. “Em nove meses mataram mais de mil pessoas em manifestações”.