O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta sexta-feira (26) que não é contra a operação Lava Jato, mas ponderou que não se pode combater ilegalidades cometendo crime, referindo-se possibilidade de excessos por parte dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF).
“Não sou contrário à Lava Jato, pelo contrário. Eu tenho defendido as investigações e têm sido decisivas para a mudança do Brasil, mas devemos observar os parâmetros legais”, afirmou Mendes em entrevista coletiva em passagem por Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Gilmar Mendes declarou nos últimos dias que alguns procuradores envolvidos na Lava Jato deveriam ser também investigados pela própria operação.
Ele tratava do suposto vazamento por intermédio de procuradores sobre dados das negociações de delação premiada do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, supostamente citando o ministro do STF, Antonio Dias Toffoli.
Coibir abusos
Para o ministro do STF, o vazamento da suposta citação a Toffoli, negada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode ter partido de dentro da própria Lava Jato.
“Não se combate crime cometendo crime. Tem que evitar abusos, excessos, e qualquer tipo de constrangimento ilegal”, afirmou Mendes.
Na última segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República, anunciou que suspendeu negociações quanto à delação premiada do ex-presidente da OAS.
Crimes eleitorais
O ministro, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou que pedirá ajuda da Polícia Federal (PF) na investigação de casos de atentados a candidatos das eleições municipais. Para tanto acionou o Ministério da Justiça.
Na Baixada Fluminense, foram registrados pelo menos 13 ocorrências desse tipo, inclusive com a morte de alguns candidatos.
“A PF é o braço policial judicial, e pela sua técnica e função pode ser competente nas investigações em todo o país”, salientou o ministro.
Ele acresceu ainda há casos que “são de segurança e não obrigatoriamente eleitoral“.
A Baixada Fluminense contará também com o apoio das Forças Armadas para garantir maior segurança nas Eleições 2016. O governo do Rio de Janeiro pediu a intervenção abrangendo a violenta região fluminense.