Todos os votos já estariam definidos para definir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Sua presença na segunda-feira no plenário do Senado Federal não teria mudado opiniões, mas ampliado o número de votos a favor do impedimento.
O roteiro de um grande embate político que durou quase um ano – entre a entrada da representação e seu julgamento – termina nesta quarta-feira.
Um dia antes, terminou a última apresentação da defesa e da acusação
Janaína Paschoal pediu desculpas à Dilma. Ela que foi o principal personagem da representação. “Não por ter feito o que era devido, porque eu não poderia me omitir diante de tudo disso. (Mas) porque sei que a situação que ela está vivendo não é fácil (…) e lhe causei sofrimento. Fiz isso pensando também nos netos dela.”
O advogado da presidente, José Eduardo Cardozo pediu aos senadores que “não aceitem que nosso país sofra um golpe parlamentar” e que “Dilma não sofra a pena de morte política”. Assim como Paschoal, ele também citou Deus em seu discurso.
“Peço a Deus que, se Dilma for condenada, um novo ministro da Justiça tenha a dignidade de pedir desculpas a ela”.
O senador Collor de Mello, que sofreu o impeachment como presidente em 1992, citou dois documentos divulgados na época de seu impeachment – um assinado por MST, CUT e UNE e o segundo, pela OAB, que falava que o país não vivia o clima de golpe, “mas que o povo desejava descência e firmeza no trato da coisa pública”.
Aécio Neves, derrotado pela presidente afastada nas últimas eleições, se explicou: “Ao contrário do que dizem, aceitei o resultado, mas não as ilegalidades.” E dugeriu novos rumos: “É hora de olhar pra frente, pensar no dia seguinte. O Brasil precisa de reformas estruturantes que exigirão coragem do próximo governo.”