Michel Temer, que tornou-se presidente nesta quarta-feira, tenta na última hora se distanciar do processo de impeachment para que sua imagem consiga encarnar uma nova era. O próprio temer disse na reunião com ministros neste final de tarde, que as cobranças serão muito maiores daqui por diante.
Terá dificuldades especialmente na economia, que se encontra no fosso. Na reunião afirmou que a geração de emprego deve ser meta em todas as ações do governo, assim como criar grupos de desburocratização nos ministérios.
Em vídeo gravado a ser divulgado à noite, Temer disse que quando se quer é possível mudar.
Temer, um ex-professor de Direito Constitucional sem muito carisma, que foi vice de Rousseff durante um mandato e meio, tornou-se definitivamente presidente nesta quarta-feira à tarde.
Deixou de ser interino, cargo que ocupou desde 12 de maio. E a primeira coisa que fará depois de tomar posse será, sem perder um minuto, apanhar um avião e ir para a China, para participar da cúpula do G-20 neste fim de semana. Há pressa.
O El País registra que o especialista e professor de ciência política, Fernando Luiz Abrucio, acredita que Temer tem desfrutado, durante esses meses de presidência interina, de uma certa complacência por parte dos mercados, das agências de classificação de risco e de investidores.
Mas essa complacência era mais por ser um substituto para Dilma do que por sua própria figura.
O jornal espanhol observa que agora, livre da interinidade, sem a sombra do impeachment, Temer deverá acelerar a decisão sobre as medidas necessárias para endireitar a maltratada economia brasileira.
“Não terá muito tempo. Em 2018, há eleições presidenciais, e isso encurta radicalmente o tempo de propor medidas de ajuste impopulares. Deverá implementá-las entre outubro deste ano e junho do ano que vem”, afirma Abrucio.