A influência econômica e política barra por um ano a criação da CPI das Barragens, que poderia apurar as causas do maior desastre ambiental da História do Brasil. No dia 5 de novembro de 2015 uma enxurrada de lama matou 17 pessoas e destruiu o patrimônio cultural e histórico a partir do Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG).
Apesar da gravidade, a devastação do rio Doce não sensibilizou os senadores. A proposta aguarda há um ano a indicação de membros para instalação da comissão no Senado, mas manobras entre partidos e políticos beneficiados por doações em campanhas eleitorais barram a exposição criminosa patrocinada pela empresa Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton.
A CPI teve o apoio de 47 senadores, mas de fato nada aconteceu. Nenhum líder de bancada indicou seus membros. Resumindo: os parlamentares só falaram para a mídia.
O site MundoEducação lembra que o acidente em Mariana liberou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, que eram formados, principalmente, por óxido de ferro, água e lama. Apesar de não possuir, segundo a Samarco, nenhum produto que causa intoxicação no homem, esses rejeitos podem devastar grandes ecossistemas.