A crise já está nos estados

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A crise política gerada pela delação os irmãos Joesley e Wesley Batista, da holding J&S, dona da JBS – está abalando a República, porém os desdobramentos chegam fortes aos Estados.  O mais recente escândalo se soma aos fragmentos das delações de ex-executivos da Queiroz Galvão e Odebrecht, entre outras.

No Ceará, o deputado estadual Capitão Wagner (PR), que foi candidato a prefeito de Fortaleza na disputa do ano passado –  encaminhou na manhã de hoje na Assembleia Legislativa do Ceará um pedido de impeachment contra o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), registra a agência Política Real.

Em Santa Catarina, caiu o principal secretário do governador Raimundo Colombo (PSD). Antonio Gavazzoni pediu para sair da Secretaria da Fazenda diante do escândalo de recebimento de propina. Em nota, disse que não ter mais “forças” para continuar no cargo.

No Maranhão, o governador Flávio Dino está sendo envolvido nas denúncias contra o seu partido. O PCdoB teria recebido R$ 20 milhões da JBS. Também o deputado federal comunista e Rubens Pereira Júnior o deputado pedetista, Julião Amin, teriam recebido doações não contabilizadas no Maranhão num esquema operacionalizado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Somente a JBS teria doado quase R$ 600 milhões para 1.829 candidatos de 28 partidos das mais variadas colorações e teria conseguido eleger 179 deputados federais de 19 siglas, bancou 28 senadores da República e fez 16 governadores.   Os desdobramentos prometem ser muito fortes.

Até o momento, são alvos do Ministério Público Federal os governadores do Espírito Santo, Paulo Hartung; do Pará, Simão Jatene; de Rondônia, Confúncio Moura; de Tocantins, Marcelo Miranda; do Amapá, Waldez Góes; de Minas Gerais, Fernando Pimentel e de Goiás, Marconi Perillo. A PGR apresentou 12 denúncias contra eles.

No Rio de Janeiro, há pedidos de impeachment contra o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) está preso e a Assembleia Legislativa fluminense experimenta uma crise sem precedentes.

Em Minas Gerais, o governador Fernando Pimentel (PT) resiste a três processos e está a um passo de perder o mandato. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) poderá ser preso. O escândalo que abateu o tucano em pleno voo sepultou qualquer projeto político.

No Amazonas, eleição direta para governador e vice-governador está prevista para agosto. Entre seis candidatos potenciais, há vários denunciados e suspeitos de receber propina, como o senador Eduardo Braga (PMDB).

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