A prisão do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) na manhã deste sábado abriu mais uma frente contra o presidente Michel Temer e trouxe mais uma série de dificuldades políticas e jurídicas para o governo.
O novo fato negativo ocorre quando o Planalto se prepara para uma semana decisiva, que vai contar com julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer pela Justiça eleitoral e a reunião de uma ala do PSDB que pode decidir por um desembarque do governo.
O episódio também deve acelerar a apresentação pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de uma denúncia criminal contra o próprio presidente.
A detenção de Rocha Loures – ex-assessor especial de Temer que foi apelidado de “homem da mala” pela imprensa após ter sido filmado carregando R$ 500 mil entregues por um emissário da empresa JBS – era encarada como uma questão de tempo. Suplente de deputado, Rocha Loures havia deixado sua posição de confiança no Planalto em fevereiro para assumir na Câmara a vaga de Osmar Serraglio (PMDB-PR), quando este assumiu o Ministério da Justiça.
Esta semana, o ex-assessor se viu sem mandato – e sem foro privilegiado – quando Serraglio resolveu reassumir sua antiga vaga na Câmara após ter sido desprezado por Temer numa troca de cadeiras entre ministros. Sem a blindagem, um novo pedido de prisão contra Rocha Loures apresentado pela PGR acabou sendo aceito pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), já que não havia mais a necessidade do flagrante exigido no caso da prisão de deputados em exercício do mandato.
O ex-deputado acabou então tendo o mesmo destino de outros figuras que não tinham ou que perderam o foro, como Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves, e Eduardo Cunha. (Da DW)