Como era esperado, a polêmica em torno da exposição Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira ganhou esta noite o plenário da Câmara dos Deputados. De um lado os evangélicos e representantes da Igreja Católica e de outro os chamados parlamentares de esquerda, que afirmaram que o evento que ganhou as redes sociais não é uma apologia à pornografia, à zoofilia ou à pedofilia.
O mais ferrenho defensor do evento, como sendo uma manifestação artística, foi o do deputado Jean Willys (PSol-RJ). Ele chamou os colegas de corruptos, falsos moralistas e de outros adjetivos. E disse se for levado ao pé da letra, até o crucifixo no alto do Parlamento seria uma “apologia à tortura”.
O deputado Takayama (PSC-PR) pediu que os correntistas encerrassem suas contas no banco Santander como protesto à exposição. A Fundação Santander foi um dos patrocinadores da exposição de 270 obras de 90 artistas em Porto Alegre.
A polêmica cresceu porque algumas das obras supostamente promoviam blasfêmia contra símbolos religiosos e também apologia à zoofilia. A exposição foi viabilizada pela captação de R$ 800 mil por meio da Lei Rouanet.
Não é a primeira vez que obras causam uma chuva de reclamações e são censuradas. Em 2006, o Banco do Brasil retirou do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro a obra Desenhando em Terços, da artista plástica Mácia X, que mostrava a foto de dois terços que desenhavam dois pênis e formavam também uma cruz.