O jurista e ex-desembargador Walter Maierovitch, disse que, por enquanto, vê com preocupação o futuro da Lava Jato sob o novo comando da Procuradoria-Geral da República com Raquel Dodge “especialmente depois do encontro fora da agenda com Temer”. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa em Curitiba também tem cautela: “Eu tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público”, disse.
O professor de direito constitucional Rubens Glezer, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, afirmou que ainda é preciso esperar para ver como Dodge vai se comportar. Ele, no entanto, disse que, mesmo que quisesse, a procuradora-geral dificilmente conseguiria colocar em prática medidas para melar a Lava Jato.
“Houve uma cobertura negativa a respeito dela por se tratar da segunda colocada e, dentro da política interna do MPF, de uma adversária de Janot. De qualquer forma, seria difícil ela desmontar a estrutura de inteligência e investigação montada por Janot. Para fazer isso, não bastaria ser adversária do ex-procurador-geral, também teria que ser aliada de Temer. E não há indicação disso”, afirmou à DW.
A experiência de Raquel Dodge na área penal é maior do que a de Janot na época de sua posse. Entre 2012 e 2013, ela atuou como coordenadora da Câmara Criminal do MPF e tem um longo histórico de atuação em causas ligadas aos direitos humanos.