O filho do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, foi acusado por um delator de direcionar licitações do governo federal para a empresa de publicidade Prole em troca de comissões.
Em delação, o marqueteiro Renato Pereira, proprietário da agência, narra que em 2015 foi convidado por Leonardo, quando era deputado federal, para que a Prole participasse de licitação por um contrato de serviços de comunicação e publicidade no âmbito do Ministério da Saúde.
Pereira afirmou que esteve reunido com Leonardo em um escritório de advocacia do Rio de Janeiro. Durante o encontro, Leonardo informou que haveria uma licitação para o Ministério da Saúde. Perguntou se a Prole estava interessada em participar. Nas palavras do marqueteiro, Leonardo teria cobrado uma taxa para que a Prole fosse a ganhadora da licitação. A empresa pagaria 3% do valor bruto do contrato para o parlamentar, à época deputado federal.
Com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, houve perda de espaço da família Picciani no Ministério Saúde, o que inviabilizou a licitação de cartas marcadas, segundo delator.
Depois de Leonardo ser escolhido pelo presidente Michel Temer para comandar o Ministério do Esporte, os esquemas de Picciani continuaram, de acordo com Renato Pereira. Ele disse em delação que reencontrou Leonardo em uma reunião em 2016, no gabinete do titular do Ministério do Esporte. Pereira saiu da reunião com acordo de que a Prole ficaria com a conta de publicidade da pasta. A Prole ganhou a licitação, mas desistiu de cumprir o contrato por ter que montar uma unidade em Brasília, e, assim, não seria lucrativo para atender a conta do Ministério do Esporte.
Picciani informou que as acusações do delator são “fantasiosas” e que Pereira o acusa “sem provas”.